Em 30 de janeiro de 1973, em Governador Valadares, o craque
da Copa de 58 vestiu a camisa azul e brilhou ao lado de Evaldo
Vinícius Dias
Aquela seria uma das
últimas vezes que Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha, percorreria o
caminho entre os vestiários e o gramado. O palco era o estádio Magalhães Pinto,
atual Mamudão, em Governador Valadares, cidade que completava 35 anos naquele
dia 30 de janeiro de 1973. Sob a camisa 7 da seleção, que várias vezes
vestira entre 1955 e 1966, Mané trazia o manto celeste. Marcada por
controvérsias, a passagem do craque bicampeão mundial pela Raposa durou 45
minutos. Tempo suficiente para ficar guardada na história.
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"Garrincha conversou comigo e
perguntou como ele jogaria. Eu respondi: 'da forma como você sempre joga, como
você sabe'". São as palavras de Benecy Queiroz, técnico do Cruzeiro
naquele dia. Conforme relata o atual supervisor de futebol celeste ao Blog Toque Di Letra, o ponta-direita, a princípio,
defenderia o Democrata, time local. Porém, um desacerto com o treinador da
Pantera mudou os rumos daquele amistoso. Aos 39 anos, o 'Mané' reforçou o time
misto da Raposa.
Mané, à direita, com a camisa estrelada (Créditos: Arquivo Pessoal/Luizinho Alves) |
"Umas duas horas antes do jogo,
nós fomos procurados pelo agente do Garrincha. O técnico do Democrata disse que
não ia colocá-lo para jogar, porque ele não tinha treinado com a equipe",
rememora Benecy. Quando questionado sobre a possibilidade de 'Mané', melhor
jogador da Copa do Mundo de 1958, atuar pelo Cruzeiro, foi enfático. "Com
prazer, Garrincha será nosso titular absoluto", respondeu Queiroz.
'Ele era atração', diz Evaldo
Principal nome daquela equipe mista
da Raposa, o centroavante Evaldo se lembra, com orgulho, da inédita parceria
com o avante das pernas tortas. "Mesmo fora de forma, ele era a atração.
Garrincha não precisava nem de chutar a bola. Só de ele entrar em campo, já era
uma festa". Ele não se contentou e foi decisivo. Antes de deixar o campo,
fez dois cruzamentos que resultaram em dois gols de Evaldo, ambos de cabeça. O
meia Aender fez o terceiro do jogo: 3 a 0.
Benecy, à esquerda: 45 anos de Cruzeiro (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação) |
O aniversário era de Governador
Valadares. A festa, no gramado, era de Garrincha, que, oficialmente, havia se
despedido do futebol um ano antes, com a camisa do Olaria. Mas, Evaldo, uma
espécie de convidado especial, jamais se esquecerá. "Foi um prazer. Pelo
Fluminense, eu já havia jogado contra ele no Botafogo e sempre o admirei. Era
um cara muito simples e dentro de campo era um fenômeno", diz. "Foi
bom que ele ficou do nosso lado e virou história", completa.
'Partida que marcou a vida'
Sentimento partilhado por Benecy
Queiroz, que, na época, era um jovem preparador físico. "Foi uma emoção
enorme. Eu já conhecia o Garrincha e era fã, então foi uma ocorrência
excepcional", conta o atual supervisor de futebol, que está há 45 anos no
clube estrelado. "Fiquei felicíssimo com a oportunidade de ter sido
treinador do Garrincha por um dia. E o Cruzeiro deu muita sorte de tê-lo nessa
partida. Essa é uma daquelas coisas que marcam a vida de um profissional".
Um detalhe da rica história do Cruzeiro.
ResponderExcluirTive o prazer de vê esse time dias depois se apresentar em São Francisco MG e tive com Beneci Queiroz que celebrou vê Mané jogar pelo Cruzeiro e fui carteiro do casarão da Amazonas 2746 nessa ocasião e aquele gigante Cruzeiro máquina de fazer gols c' Nelinho Joãozinho Palhinha e Jair furacão e a libertadores Inédita 1976!
ResponderExcluirEvaldo artilheiro da taça Brasil 1966 e aquele quinteto azul ofusca o quinteto do Santos. Dorval Mengalvo Coutinho Pelé e Pepe deixaram marcas profundas no coração de todos os apaixonados torcedores..
Natal, Evaldo, Dirceu, Tostão e Hilton.
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