Atitude na altitude da Bolívia

Douglas Zimmer

Salve, China Azul!

Começou na última quarta-feira a Libertadores da América para o Cruzeiro. Depois de uma série de mudanças no elenco e no time principal, finalmente o torcedor poderá ver como a equipe de Marcelo Oliveira vai se comportar diante de desafios maiores do que os que o Campeonato Mineiro tende a proporcionar. E a primeira parada foi logo na altitude de Sucre, na Bolívia, onde a Raposa enfrentou o Universitário.


Se o empate foi um tanto quanto frustrante, o mesmo não podemos dizer da atuação da equipe. Sempre achei esse lance de altitude um pouco de lenda, mas, mesmo assim, dizem que o efeito sobre o corpo humano é realmente forte. Portanto, gostei de ver que o time se comportou bem quanto a isso. Tirando um ou outro jogador, a maioria, aparentemente, estava dosando o ritmo e conseguiu 'dar o gás' quando preciso. A única coisa que ficou clara foi a falta de tato para bater na bola. Vários passes errados abortaram diversas chances de ataque.

Raposa teve apoio da torcida na Bolívia
(Créditos: Freddy Perez/Light Press)

No geral, o Cruzeiro igualou o jogo de maneira tranquila e só não saiu com os três pontos porque faltou um pouco de capricho nas finalizações e no chamado 'último passe'. A defesa, quando exigida, foi segura. Quando o Universitário arriscou de longe ou por cima, Fábio desempenhou um papel impecável. A primeira impressão é de que o time está mais focado, mais compenetrado.

'Ajustes' no meio-campo

De Arrascaeta foi quem mais sentiu o ar rarefeito e, muito marcado, não conseguiu repetir as grandes atuações que fez até aqui. Nada que seja motivo de crítica mais severa. Somente observação pontual. O que leva a crer que, quando o entrosamento estiver mais apurado, o uruguaio terá mais ajuda na hora de armar, com Willian e Marquinhos acompanhando as jogadas e encostando, ora no meia, ora em Leandro Damião, para que o time chegue com mais gente à área adversária.

Henrique conduz a bola no meio-campo
(Créditos: Freddy Perez/Light Press)

Marcelo Oliveira fez as alterações seguindo sua linha de trabalho, mas o resultado delas não foi mais eficiente porque Joel, 'o Cruel', entrou com vontade demais e acabou acertando de forma perigosa o jogador do time boliviano quando estava há apenas seis minutos em campo. Resultado: expulsão e a mudança nos planos. O Cruzeiro passou a cadenciar mais o jogo e a valorizar o ponto conquistado fora de casa.

Estreia em Belo Horizonte

O próximo compromisso pela Libertadores será na próxima terça-feira, diante do Huracán, da Argentina, no Mineirão. O Cruzeiro tem chances enormes de conquistar a primeira vitória e abrir vantagem na busca pela classificação para a próxima fase.

Força, Cruzeiro!


Ex-zagueiro e ex-avante recorrem ao verbo acreditar; dupla
confia em êxito na Libertadores: 'difícil, mas não impossível'

Vinícius Dias

Bastaram três derrotas seguidas, que significaram a perda da liderança do Campeonato Mineiro e a lanterna no Grupo 1 da Libertadores, para que o atleticano convertesse a expectativa em dúvida. O passado recente, com direito a triunfos com requintes de milagre, reafirma que nem tudo está perdido. Justamente por isso, Dadá Maravilha e Procópio Cardozo, ídolos históricos do clube, recorrem ao verbo acreditar, que inspirou a trajetória alvinegra nos dois últimos anos.


"É uma situação normal. O Atlético conseguiu praticamente tudo nos dois últimos anos, mas perdeu algumas peças importantes. Futebol precisa de tempo. O treinador é muito bom, a diretoria também. Não se pode atirar para todos os lados dizendo que acabou tudo", defende Procópio ao Blog Toque Di Letra. Para o ex-defensor, o time tem sentido a falta de Diego Tardelli, negociado com o futebol chinês. "É quem mais tem feito falta. Ele organizava tudo. Para mim, mesmo quando Ronaldinho estava aí, já era o melhor", acrescenta.

Procópio Cardozo fez história no Atlético
(Créditos: Ana Carolina Fontana/Secopa MG)

Zagueiro do clube na década de 1960, Procópio também fez sucesso no Atlético como técnico. Ao longo de cinco passagens, entre 1979 e 2005, Cardozo foi tricampeão estadual e conquistou a Copa Conmebol. Mesmo surpreso com a derrota para o Atlas, no Horto, ele acredita no sucesso alvinegro na Libertadores. "Difícil, vai ser. O clube não tem nenhum ponto, tem três gols negativos e, além de ganhar, tem que torcer para que os outros percam, mas não é impossível, porque o Atlético tem um grande time", justifica.

Dadá: a voz da confiança

Quando o assunto é bola na rede, justamente o que faltou ao clube em duas das três últimas partidas, Dadá Maravilha é especialista. Ao tratar do momento do Galo, ele é categórico. "A torcida está fazendo a parte dela, quem está devendo é o clube", afirma ao Blog o ex-avante, que marcou 211 gols em 290 jogos pelo alvinegro. A receita para superar a má fase é simples. "A torcida está naquela perspectiva: vencer ou vencer. Tem que vencer, tem que ir à luta. Não tem nada perdido".

Dadá: herói no título brasileiro de 1971
(Créditos: Site Oficial do Atlético/Arquivo)

Antes da sequência negativa contra Colo-Colo, América e Atlas, o Atlético havia contabilizado três derrotas consecutivas pela última vez em 2013. Na ocasião, entre os dias 28 de junho e 04 de agosto, logo na sequência à conquista da Copa Libertadores, o time acumulou reveses diante do rival Cruzeiro, do Flamengo e do Atlético/PR.


Em busca do tri, Raposa estreia hoje na Libertadores 2015;
grupo 3 da competição ainda tem Sucre, Mineros e Huracán

Tiago de Melo

A Copa Libertadores começou bem para o Cruzeiro mesmo antes de os comandados de Marcelo Oliveira entrarem em campo. Coube ao clube um grupo muito tranquilo e sem nenhum adversário de peso. Se a Raposa repetir em campo o futebol dos últimos dois anos, é muito difícil que não seja a primeira colocada geral na fase de grupos, o que lhe daria a chance de decidir em casa nos mata-matas.


Um exemplo da sorte do clube no sorteio foi ter caído na chave do mais 'fraco' dos representantes argentinos. O Huracán acabou de subir para a primeira divisão e chegou à Libertadores pelo fato de ter vencido a Copa Argentina, torneio mata-mata em jogo único realizado em campo neutro e que ainda não 'pegou' de fato, de modo que os principais clubes escalam times mistos nas partidas.

Equipe argentina aposta no fator casa
(Créditos: Daniel Mendez/C. A. Huracán)

O Globo não tem um time ruim. Tem alguns bons valores, como o goleiro Díaz, o volante Vismara, os meias Toranzo e Daniel Montenegro, além do carismático e oportunista avante 'Wanchope' Ábila, letal dentro da área, apesar dos problemas com a balança. Há o jovem Romero Gamarra, boa revelação da base da equipe, que joga pela esquerda do meio-campo no 4-2-3-1 armado por Nestor Apuzzo. Mas é um time inferior ao Cruzeiro. Pode complicar as coisas quando jogar em seus domínios, mas nada mais que isso. Ao menos em tese.

No ritmo da altitude

O Universitário é um clube relativamente jovem, fundado em 1961, e não é das mais tradicionais equipes bolivianas. Chega à Copa Libertadores após conquistar o segundo título de sua história. Está na primeira divisão há apenas dez anos e não tem muitos recursos. Tem sede em Sucre, cidade que traz à tona o tema da altitude - 2.800 metros -, mas que não chega a ser uma arma tão poderosa como nos casos de La Paz e Potosí.

Altitude: palco da estreia cruzeirense
(Créditos: Universitário/Facebook/Divulgação)

A equipe não possui jogadores conhecidos. É formada, basicamente, por atletas bolivianos, com alguns estrangeiros, normalmente sem mercado em seus países. O clube buscou atletas experientes em países vizinhos para a disputa da Libertadores, como o goleiro uruguaio Góngora e o atacante equatoriano Mercado. Nada que assuste muito. É um adversário bastante acessível para um clube que luta pelo título.

'Caçula venezuelano'

O Mineros de Guayana se situa na cidade de Puerto Ordaz, no interior da Venezuela - por vezes ocorre uma confusão e se pensa que o clube está sediado em uma inexistente cidade de Guayana. O termo significa 'Guiana', em espanhol, e é usado porque a região de Puerto Ordaz está situada no Planalto das Guianas. O clube é ainda mais jovem que o Universitário. Foi fundado em 1981.

Mineros: confiança no talento da casa
(Créditos: Orlando Gómez/Prensa Mineros)

O plantel é formado em grande maioria por jogadores venezuelanos, dos quais os mais conhecidos são Cichero, com passagens pelo Newell's Old Boys e clubes de segunda linha da Europa; Breitner, ex-Santos; e Peña, ex-Nautico. O único estrangeiro é o veterano atacante argentino Morales, com passagem por várias equipes pequenas de seu país, e que chegou a defender o Paraná. Também é, em tese, um adversário fraco para o atual campeão brasileiro.

Quarta, dia de cair no Horto...

Ricardo Diniz

O Galo volta a campo nesta quarta-feira, contra o mexicano Atlas, pela 2ª rodada da fase de grupos da Libertadores. Depois do revés na estreia, o time de Levir Culpi precisa dos três pontos para se livrar de um cenário complicado em relação à classificação para as oitavas de final. O torcedor alvinegro que for ao Independência terá, também, a chance de conferir o novo uniforme do clube para a temporada.


É bem verdade que, nas duas derrotas consecutivas, houve uma sucessão de erros. Desde a interpretação da tabela do estadual às escalações. O confronto contra o Democrata, por exemplo, ocorreu três dias antes da partida contra o Colo-Colo. Embora o duelo tenha sido difícil e a vitória apertada, a opção pelos atletas titulares resultou na perda de duas peças fundamentais: Marcos Rocha e Lucas Pratto. Desfalcada, a equipe perdeu para os chilenos na sequência.

Pratto: goleador argentino é desfalque
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Para não correr o risco de, mais uma vez, perder atletas por lesão, o Galo foi a campo com a equipe reserva no último domingo. O clássico contra o América confirmou a previsão de um duelo complicado. Resultado: vitória, de virada, do Coelho. Talvez seja o momento de rever alguns pontos do planejamento. Mas Levir tem crédito com a torcida e com a diretoria, em especial, após o bom trabalho da última temporada.

Cárdenas: opção no meio

O ponto positivo da partida contra o América foi a estreia do colombiano Cárdenas, que, apesar do pouco entrosamento, confirmou que tem tudo para dividir com Dátolo a responsabilidade de armar as principais jogadas ofensivas do time. Além disso, o avante André, que chegou a ser afastado do grupo principal na temporada passada, balançou as redes, mostrando que não esqueceu como fazer gols.

Cárdenas estreou no último domingo
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

O confronto com os mexicanos, hoje, é essencial para o Atlético. Em um grupo complicado, o time precisa vencer os três jogos em casa e arrancar pontos nos dois duelos que ainda fará longe de BH para não precisar de resultados dos rivais. Mas, no que depender das estatísticas, o torcedor pode ficar tranquilo quanto ao primeiro objetivo. Em 90 jogos disputados no 'novo Independência', o clube venceu 63 vezes, empatou 22 e perdeu cinco, com 193 gols marcados e 74 sofridos.


Com posse de nova presidente, amanhã, banco deve voltar a
discutir patrocínios; aporte superou R$ 100 milhões em 2014

Vinícius Dias

Dois meses após o fim do vínculo com o Banco BMG, o Cruzeiro ainda não definiu seu patrocinador master para a atual temporada. O acordo com a Caixa, antes visto como encaminhado, ganhou ares de incerteza após a troca no comando do banco. "Por ora, para entrar mais um clube, outro teria que sair", afirmou ao Blog Toque Di Letra fonte ligada ao governo federal. A cúpula estrelada, ainda assim, mantém a expectativa de fechar com o banco estatal em breve.


A julgar pelos valores do contrato com o BMG, encerrado em dezembro, o Cruzeiro deixou de faturar pelo menos R$ 2,25 milhões neste período. O clube aguarda a posse da nova presidente da Caixa, Miriam Belchior, que ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 23, para retomar as tratativas. A princípio, as partes se reuniriam na semana passada, mas o encontro foi adiado justamente em razão da troca no comando.

Cruzeiro segue sem patrocínio master
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

O clube trabalhava, inicialmente, com a expectativa de faturar cerca de R$ 20 milhões anuais para estampar a logomarca do banco no espaço mais nobre de sua camisa. Nas últimas conversas, entretanto, teria recebido a sinalização de uma oferta de valor inferior. Depois de investir cerca de R$ 100 milhões em clubes das Séries A, B e C no último ano, a Caixa planeja frear gastos em 2015.

Renovações em pauta

Por este motivo, antes de avaliar novos aportes, a cúpula do banco deve discutir as situações de Figueirense, Chapecoense, ABC/RN e América/RN, cujos vínculos vencem entre março e abril. Por ora, a prioridade é renovar com o Corinthians. Embora o contrato tenha se encerrado em janeiro, o clube paulista, que embolsou R$ 30 milhões nos últimos 12 meses, segue exibindo a marca em seu uniforme.

Patrocinador no uniforme do técnico
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

À espera do acerto com o novo parceiro master, o Cruzeiro estampa, no momento, três patrocinadores no uniforme: Vilma Alimentos nas mangas; Cemil na altura da clavícula; e TIM nos números. Fora do material de jogo, os Supermercados BH têm exibido a marca na camisa usada pelo técnico Marcelo Oliveira à beira do gramado e estão na página 'Patrocinadores' no site oficial do clube.


Retrospecto no Horto é favorável ao Atlético, que registra 29
vitórias em 64 jogos; Galo está invicto no novo Independência

Vinícius Dias

Neste domingo, às 16h, América e Atlético se enfrentam pela 65ª vez no Independência. Tratado como 'Clássico das multidões' e disputado desde 1913, o embate centenário teve o estádio do Horto como palco de alguns de seus principais capítulos ao longo das últimas décadas. A história, que teve início em 1950, ano de inauguração do estádio Raimundo Sampaio, ganhou novos rumos a partir de 2012, quando o time alvinegro passou a mandar suas partidas no local.


De acordo com levantamento feito pelo historiador Carlos Paiva, o primeiro confronto no estádio foi disputado no dia 31 de dezembro de 1950. No marcador, goleada alvinegra, por 6 a 2. No dia 22 de junho de 1952, os clubes voltaram a se enfrentar no Horto, com triunfo do time americano, por 3 a 1. De lá para cá, foram registrados outros 62 encontros, com retrospecto favorável ao Atlético. 

Atlético levou a melhor no último ano
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A história contabiliza 29 vitórias alvinegras, 16 empates e 19 triunfos do América no estádio. Invicto há 15 partidas, o Atlético foi derrotado pela última vez em setembro de 1964. O clube alvinegro também tem ampla vantagem em jogos no 'novo Independência'. Em seis confrontos, foram quatro triunfos e dois empates. O último deles, em março passado, pelo Campeonato Mineiro: 1 a 1.

Artilheiros do clássico

Ao longo dos 65 anos de história no Independência, o clássico também consagrou artilheiros do futebol mineiro. Recentemente, goleadores como Fred, Diego Tardelli, Bernard e Fábio Júnior registraram seus nomes no histórico do confronto. Nenhum deles, contudo, superou os números do atacante Nilson Cardoso. O itabiritense marcou dez gols com a camisa do Atlético. Do lado do América, o principal nome foi Zuca, que balançou as redes em oito oportunidades.

Nilson: goleador atleticano no Horto
(Créditos: Arquivo Pessoal/Nilson Cardoso)

Neste domingo, os rivais devem adotar estratégias distintas. Do lado do América, que vai a campo com força máxima, Rodrigo Silva é a principal aposta de Givanildo Oliveira. O atacante, estreante no duelo, sonha em marcar pela primeira vez contra o rival. Priorizando a Copa Libertadores, Levir Culpi sinaliza time misto. O ataque alvinegro deve ser comandado por André, que já balançou as redes no clássico em 2012.


Meia uruguaio 'herdou' o número de Júlio Baptista, que não
foi inscrito; a lista tem 13 reforços e sete formados na base

Da Redação

Na tarde de ontem, o Cruzeiro divulgou a lista dos 30 jogadores inscritos para a disputa da Copa Libertadores. A principal novidade é a presença do volante Charles, que foi reintegrado ao elenco principal da Raposa nesta semana. Por outro lado, chamou a atenção a ausência de Júlio Baptista. Camisa 10 na edição passada, o meia-atacante está lesionado e pode ser submetido a uma cirurgia no joelho esquerdo.

O Cruzeiro, que estreia na competição sul-americana na próxima quarta-feira, às 22h, contra o Universitário de Sucre, na Bolívia, inscreveu os 13 reforços contratados para esta temporada. A lista ainda tem sete atletas formados nas categorias de base do clube. Principal cara nova do grupo comandado por Marcelo Oliveira, o armador uruguaio De Arrascaeta será o dono da 10 na competição.

Confira a lista completa:

1 - Fábio
2 - Ceará
3 - Léo
4 - Bruno Rodrigo
5 - Willians
6 - Gilson
7 - Joel
8 - Henrique
9 - Leandro Damião
10 - De Arrascaeta
11 - Alisson
12 - Rafael
13 - Douglas Grolli
14 - Eurico
15 - Willian Farias
16 - Judivan
17 - Felipe Seymour
18 - Gabriel Xavier
19 - Henrique Dourado
20 - Riascos
21 - Mena
22 - Mayke
23 - Fabiano
24 - Elisson
25 - Willian
26 - Paulo André
27 - Manoel
28 - Charles
29 - Pará
30 - Marquinhos


Uruguaio recebeu 54% dos votos; líder durante os primeiros
dias, Pratto teve 37%; Cárdenas fechou o 'top 3' do mercado

Vinícius Dias

Mesmo depois de um 2014 vitorioso, Atlético e Cruzeiro investiram pesado para seguir dando as cartas no futebol brasileiro. E entre os 16 reforços anunciados pela dupla da capital, os torcedores já têm seus preferidos. O argentino Lucas Pratto foi a campo quatro vezes com a camisa atleticana. Do lado celeste, De Arrascaeta fez apenas um jogo. Mas ambos já caíram nas graças do público.

Arrascaeta: a grande aposta da Raposa
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

Em enquete realizada pelo Blog Toque Di Letra, o uruguaio foi apontado como principal reforço do futebol mineiro para 2015, com 54% dos votos. Líder durante os primeiros dias, Pratto perdeu o posto na reta final, mas teve 37% da preferência. O meia colombiano Cárdenas ficou em terceiro, com 7%, e Leandro Damião ficou em quarto, com 2%. A opção 'nenhum dos citados' não alcançou 1% dos votos.

Renovação x manutenção

No mercado, os clubes mineiros adotaram posturas distintas. O Cruzeiro, que perdeu cinco titulares após a conquista do tetracampeonato nacional, anunciou 13 reforços. O Atlético, por sua vez, manteve a base campeã da Copa Brasil. Dos titulares, apenas Diego Tardelli deixou o Galo. O número de caras novas também foi menor: três.

Mais uma vez, Charles: por quê?

Vinícius Dias

O grande assunto da terça-feira de carnaval no Cruzeiro foi a reintegração de Charles. O volante, de 30 anos, passou os últimos 13 meses treinando em separado na Toca da Raposa II e não atua desde novembro de 2013, ano em que foi emprestado ao Palmeiras. Com três passagens pelo clube celeste, o jogador viveu grande fase em 2008, quando foi peça-chave no time campeão mineiro sob o comando de Adilson Batista, antes de rumar para o futebol russo.

Charles: de volta aos planos na Raposa
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Tão logo recebi a notícia, voltei no tempo. A agosto passado. Sentado em um banco próximo a um dos campos do CT celeste - sem trajar qualquer material que remetesse ao Cruzeiro -, o atleta acompanhava a atividade orientada por Marcelo Oliveira. Trocamos algumas palavras, entrecortadas por vários pedidos de autógrafos. A situação, é claro, o incomodava. Mas Charles demonstrava (a mim e aos torcedores) carinho pelo clube e não escondia a vontade de voltar a jogar.

Contexto traz dúvidas

Desde a segunda volta à Raposa, em março de 2012, o volante passou quase despercebido no elenco. Foi cedido ao Palmeiras em 2013 - e quase foi para o Vitória em 2014. Por isso, o contexto, mais que a reintegração em si, motiva algumas dúvidas. Por que ao fim da pré-temporada, e não durante? A volta de Charles indica que Tinga, com contrato até o fim de abril, não será aproveitado? Que Seymour não rendeu? Ou que Eurico e Bruno Ramires perderão espaço?

Em 13 meses, Charles sequer foi a campo, mas tudo mudou.
Agora, em campo, cabe a ele responder à pergunta: por quê?


Campeão em 2013, clube estreia hoje na Libertadores 2015;
Grupo 1 do torneio também tem Colo-Colo, Atlas e Santa Fé

Tiago de Melo

O sorteio dos grupos da Libertadores levou o Atlético a um grupo sem confrontos fáceis. Não que o time terá rivais de peso, pois, na verdade, trata-se de adversários acessíveis. Mas nenhuma das equipes que o Galo enfrentará nesta primeira fase se apresenta como um adversário fácil. Os comandados de Levir Culpi são favoritos à classificação, mas precisarão jogar um bom futebol e suar muito a camisa.


Dos rivais do Atlético, o mais tradicional (e potencialmente perigoso) é o Colo-Colo. Maior vencedor da história do futebol chileno e único clube do país a levantar uma Libertadores, em 1991, o Albo espantou um jejum de cinco anos sem vencer a liga local, levantou o Clausura 2014 e se perfila para fazer uma boa campanha na edição de 2015 da principal competição continental.

Suazo: faro de gol a serviço do Cacique
(Créditos: Site Oficial do Colo-Colo/Divulgação)

A equipe é comandada pelo ídolo Hector Tapia, em seu primeiro trabalho como técnico. O time é experiente e tem jogadores conhecidos, como o goleiro Justo Villar, ex-seleção do Paraguai e Estudiantes; Beausejour, da seleção chilena; Fierro, ex-Flamengo; e o atacante Esteban Paredes. Para 2015, chegam mais dois atletas experientes: o zagueiro Cáceres, vice da Libertadores pelo Nacional/PAR, em 2014, e o 'mítico' atacante Humberto Suazo, ex-jogador da seleção nacional. Com uma equipe tão tarimbada, o Colo-Colo será 'osso duro' para qualquer rival.

Santa Fé 'faz história'

Também perigoso é o Santa Fé. Não apenas por contar com a altitude de Bogotá e ser um clube colombiano - o que geralmente significa ao menos um certo nível de imprevisibilidade e talento. Sob o comando do argentino Gustavo Costas, os 'Cardenales' tiveram um dos melhores anos de sua história, vencendo a liga local e chegando ao vice-campeonato da Copa Colômbia. Embora tenha perdido atletas como Jefferson Cuero e Wilder Medina, a equipe se reforçou e não deve ser adversário fácil.

Santa Fé aposta em elenco experiente
(Créditos: Independiente Santa Fé/Divulgação)

O Santa Fé mescla jogadores experientes, como os zagueiros Otálvaro, ex-Tolima, e De La Cuesta, o meio-campista Arias e o atacante Morelos, com outros mais jovens, como os defensores, Mosquera, Roa e Meza. A equipe fez diversas contratações para este ano, como o jovem atacante Quiñones, ex-Cúcuta, e repatriou o avante Rivera, que estava no futebol mexicano. Tem tudo para tentar fazer uma boa campanha na Libertadores deste ano.

Altitude e longa viagem

Fechando o grupo, há o Atlas, um clube que, independente da formação que levar a campo, dificilmente será batido, ao menos em casa. A longa distância, a altitude de Guadalajara e o fanatismo da torcida do rojinegro compõem um cenário complicado para qualquer rival. Mas, neste ano, em particular, é possível que essas sejam as principais dificuldades oferecidas pela equipe mexicana.

Castillo: lateral é peça-chave do Atlas
(Créditos: Club Atlas Guadalajara/Divulgação)

No Apertura 2014, o clube foi eliminado nas quartas de final. Para 2015, chegaram atletas veteranos, como Juan Pablo Rodriguez e Carlos Ochoa, ambos com passagens pela seleção do México, além do argentino Walter Kannemann, reserva do San Lorenzo campeão da Libertadores 2014, e do (obscuro) atacante brasileiro Keno, que estava na reserva do Santa Cruz. Se juntam a outros jogadores experientes, como o chileno Rodrigo Milar, destaque da equipe, e o equatoriano Christian Suarez. Um elenco muito tarimbado, e que certamente fará boas exibições em seus domínios, mas dificilmente irá longe no torneio.

Futebol mineiro em pauta

Da Redação

O futebol mineiro esteve em pauta, ontem, no programa Esporte na Boa, da Rádio Guaíba, de Porto Alegre. A convite do jornalista Filipe Duarte, o editor-chefe do Blog Toque Di Letra, Vinícius Dias, trouxe detalhes da preparação de Atlético e Cruzeiro para a Copa Libertadores e analisou as situações de Jô e Dagoberto, na mira do Grêmio.

Novas peças, 'velho' esquema

Vinícius Dias

Após perder seis titulares - cinco negociados, além do contundido Dedé - da temporada passada, Marcelo Oliveira ganhou 12 caras novas e tem a missão de remontar o Cruzeiro. A despeito das trocas de peças, o técnico celeste deve, mais uma vez, adotar o esquema 4-2-3-1. No time ideal, à espera do anúncio de mais um meia, quatro reforços têm vaga garantida: Mena, Willians, Arrascaeta e Leandro Damião, responsável por substituir o boliviano Marcelo Moreno.

Movimentação: receita do time de 2014
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

A julgar pelas cinco primeiras exibições, o desenho do novo Cruzeiro deve ter como referência a dinâmica de jogo adotada nas campanhas vitoriosas de 2013 e, sobretudo, de 2014. Muita movimentação na terceira linha do esquema ideal de Marcelo Oliveira, com trocas de posições entre Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, e Willian fazendo a função de ponta esquerda, aproximando-se do único centroavante, compunham o repertório do time tetracampeão brasileiro.

Em 2015: novas peças, o 'velho' 4-2-3-1
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

Enquanto Marcelo espera por um novo armador, Marquinhos deve seguir ocupando a terceira linha do 4-2-3-1, ao lado de Willian e de Arrascaeta, principal responsável pela armação das jogadas e pela movimentação no setor. Na linha anterior, Henrique assume o posto de segundo volante, e Willians será responsável por proteger a zaga, formada por Léo e Bruno Rodrigo. Na esquerda, Mena tende a avançar menos que Egídio, abrindo espaço para o protagonismo de Mayke pela direita.

A aritmética dos sonhos

Com equipe titular bastante modificada em relação à última temporada, o Cruzeiro aposta no 'velho' 4-2-3-1, utilizado por Marcelo Oliveira desde os tempos de Coritiba, para continuar em alta. A aritmética dos sonhos tem novas peças e mesmo sucesso.

Entrosamento: a arma alvinegra

Vinícius Dias

Um dos menos ativos no atual mercado, o Atlético anunciou apenas três reforços para esta temporada. No entanto, quando o técnico Levir Culpi tiver todo o elenco à disposição, duas das caras novas devem figurar no time titular. Antes de se lesionar, o atacante argentino Lucas Pratto vinha ocupando a vaga de Diego Tardelli, principal baixa do elenco alvinegro. O meia-atacante colombiano Sherman Cárdenas deve ser titular na terceira linha do 4-2-3-1 atleticano.

Dátolo: armador no 4-2-3-1 do Atlético
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

O quarteto defensivo ideal é o mesmo que terminou a temporada passada como titular. Com boa saída de bola e vigor físico, Rafael Carioca ocupa a segunda linha ao lado de Leandro Donizete. À frente, Luan, Cárdenas e Dátolo devem trabalhar para 'municiar' Lucas Pratto - na teoria, o único atacante. Com Luan assegurado na ponta direita, os dois gringos devem flutuar na terceira linha, mas a tendência é de que Dátolo seja o armador principal, mais centralizado.

Alternativa: 4-1-4-1 é plano B de Levir
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

A exemplo dos duelos contra Corinthians e Flamengo, na caminhada rumo ao inédito título da Copa do Brasil, Levir Culpi vai guardar na manga uma arma importante: o agressivo 4-1-4-1. No esquema alternativo, Leandro Donizete disputaria com Rafael Carioca a condição de volante. A terceira linha, com quatro jogadores, teria Cárdenas e Dátolo - ora volante, ora armador - fazendo a transição entre o meio e o ataque. Luan e Carlos, como pontas, se aproximam de Pratto.

Sem Tardelli, com Pratto

Sem grandes 'inovações', o Atlético aposta justamente no entrosamento para, mais uma vez, ser protagonista. A equipe tende a sentir falta da movimentação de Diego Tardelli, mas pode se beneficiar da ótima fase do argentino Pratto, o novo dono da 9 alvinegra. A torcida já tem seu grito predileto: eu acredito!