Um novo Galo: experiência, juventude e apoio

Alisson Millo*

Um caso chamou a atenção na vitória sobre o Paraná, na última quarta-feira. O Galo terminou o jogo com Bruno Roberto e Carlos Gabriel em campo. Dois jogadores formados nas categorias de base ganhando chances no primeiro ano como profissionais. Na prática, seriam três pratas da casa em campo. Mas, ultimamente, quanto menos a gente fala de Lucas Cândido, melhor. Enfim, uma oportunidade para os garotos brilharem.


Para começar, Bruno Roberto e Carlos Gabriel, não: Bruninho e Hulk. Chega de jogador com nome composto. Por mais apelidos no futebol. Chame de raiz, de nutella, do que quiser, mas Ronaldinho não seria tão genial assim se fosse o Ronaldo Assis. Ronaldinho, com ou sem o gaúcho, R10, bruxo, todos esses nomes são muito mais convidativos que Ronaldo de Assis.

Bruninho em ação diante do Paraná
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Passado o momento 'ódio gratuito', vamos à análise que motivou o início do texto. Por muito tempo, a base do Atlético foi tida como a que não revela. Vários jogadores dispensados antes de chegar ao profissional e desempenho insatisfatório de muitos daqueles que chegavam ao time de cima criaram esse estigma que, aos poucos vem sendo - e precisa ser - quebrado. Antigo alvo de críticas, André Figueiredo não está mais lá, e a nova era credencia a torcida a esperar oportunidades para jovens talentos.

Promessas lançadas na hora certa

Gabriel, ainda que longe de ser unanimidade, é titular. Bremer era visto como joia a ser lapidada, mas foi vendido por um bom valor. Alerrandro foi, por todo o primeiro semestre, o reserva imediato de Ricardo Oliveira e, ainda que não tenha feito gols, produziu algo nas partidas em que entrou. Mas Bruninho e Hulk têm uma diferença gritante sobre esses: foram lançados na hora certa. O lateral-esquerdo - ainda que tenha sido acionado por necessidade - e o meia entraram com o time ganhando, em casa, contra um adversário inferior tecnicamente e com a torcida apoiando.

Galo voltou a vencer na quarta-feira
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Não foram brilhantes nem precisavam ser. Mas, principalmente, ninguém cobrou deles que fossem. Não entraram para resolver a partida, mas para pegar rodagem entre os profissionais. E é assim que eles precisam ser lançados Bruninho, Hulk, Alerrandro e todas as outras promessas que virão depois deles para que não tenham que virar um jogo difícil fora de casa e saiam queimadas caso não consigam.

Larghi e a queimadura no Atlético

O próprio Thiago Larghi sofreu um pouco de uma queimadura parcial por ter sido lançado prematuramente com a missão de consertar um time à beira de uma crise e com decisões importantes pela frente. Falhou, claro, tomou decisões equivocadas e ainda toma de tempos em tempos, mas antes um jovem determinado a fazer a diferença do que um medalhão ultrapassado, com altos salários e venerado pela fama conquistada há muito tempo e em outros lugares e clubes que não o Atlético.

Técnico foi alvo de questionamentos
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Estamos em terceiro lugar, com chances reais. A presença de nomes como Victor, Léo Silva, Elias e Ricardo Oliveira será fundamental para esses garotos. E o apoio da torcida é imprescindível para que eles se destaquem. O equilíbrio entre juventude e experiência e a sinergia time-torcida podem render ótimos frutos ao fim do ano. Torcendo e apoiando para isso.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

4 comentários:

  1. Temos que dar moral para os meninos,ou não veremos uma grande revelação,pois não acontecem da noite para o dia.Varinha de condão,só nos livros de historinha!

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  2. Parabens otimo texto e isso mesmo tem que coloca os meninos na hora certa e nao na fogueira.esse bruninho pra mim vai joga mt ainda.

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  3. Apoiar a prata da casa sempre. A torcida tem de ter consciência e principalmente paciência.

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  4. temos tambem matheus sthoc que ta chegando e bom demais

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