Muito a corrigir, nada perdido na Toca

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

É verdade que a eliminação da Copa Sul-Americana diante do Nacional, em Assunção, já faz quase uma semana, mas ainda não consegui aceitar essa situação. Futebol não é feito apenas de vitórias, é verdade, mas existem derrotas que nos deixam muito, mas muito, frustrados, principalmente pela postura da equipe dentro de campo.


Além de ser um dos poucos títulos que o Cruzeiro ainda não tem, a competição hoje vale vaga na Copa Libertadores do ano seguinte, dá bom retorno financeiro, além de uma exposição internacional razoável. São motivos de sobra para qualquer equipe entrar, no mínimo, disposta a vencer. Não foi o que vimos na última quarta-feira. Um time apático, que não sabia sequer o que estava fazendo em campo e acabou sendo desclassificado por um adversário que, se disputasse o estadual, sem ofensas, não ficaria nem entre os quatro primeiros colocados.

Raposa caiu nos pênaltis no Paraguai
(Créditos: Daniel Piris/Light Press/Cruzeiro)

O que me preocupa é que, apesar de termos um elenco relativamente bom, o time não consegue produzir quase nada. É uma combinação de fatores que, a meu ver, está impedindo a Raposa de chegar perto do desempenho que a torcida espera: escalações erradas, substituições equivocadas, jogadores displicentes e um conjunto que não funciona. Sinceramente, o Cruzeiro, de uns jogos para cá, não demonstra organização alguma, atua como se estivesse sempre esperando um erro do adversário e não consegue nem propor, nem reagir ao jogo. Ou seja, está dando calos nas vistas.

Reforços e carências no elenco

Como já disse e repeti várias vezes, considero o grupo estrelado satisfatório. Há algumas carências, é verdade - lateral-direita e zaga -, mas tem material humano suficiente para, mesmo com desfalques, montar uma equipe competitiva. Quanto ao treinador, já tivemos demonstrações na própria Toca da Raposa II de que Mano consegue montar um time com mais alma do que esse que estamos vendo até agora em 2017.

Dedé fez grande jogo contra o tricolor
(Créditos: Washington Alves/Cruzeiro)

Falando sobre as individualidades, os retornos de Dedé e Fábio ao time titular devem ser muito importantes para a equipe, especial e obviamente para a defesa, que precisa urgentemente definir sua melhor formação. Já no setor ofensivo, Mano terá mais uma opção com a chegada de Rafael Marques. O atacante vem do Palmeiras para acirrar a disputa por uma vaga no ataque, que hoje tem o argentino Ábila como peça principal.

As lesões de Cabral e Robinho

Quase sempre, ouço que a equipe parou de jogar futebol depois de Ariel Cabral e Robinho se lesionaram. Até concordo que ambos têm muito valor, mas é inadmissível que, em um elenco recheado de alternativas como o do Cruzeiro, a ausência de dois jogadores seja tão sentida assim pelo resto do grupo e que os substitutos não consigam absorver as carências. 

Mano ainda busca a melhor formação
(Créditos: Washington Alves/Cruzeiro)

Colocando tudo na ponta do lápis, chego à conclusão de que falta um pouco - ou muito - de tudo para o Cruzeiro funcionar de verdade em 2017. Alma, técnica, empenho, falta o treinador implementar um estilo de jogo que valorize as qualidades e amenize as carências. Em suma, falta futebol! Começamos o Campeonato Brasileiro vencendo, mas ainda estamos muito distantes do que podemos todos - atletas, comissão, diretoria e torcida - fazer por esse clube. Não podemos nos dar ao luxo de jogar mais um ano fora. Tem muita coisa para ser corrigida, mas não há nada perdido.

Tome jeito, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

2 comentários:

  1. muito bem colocado , parabéns , é o que precisamos .

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  2. Que a diretoria, técnico e o time acorde, ainda que tardiamente, pois, estamos praticamente na metade do ano.

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