O Brasil e o futebol tratado como negócio

Vinícius Dias

Do goleiro e ídolo Diego Cavalieri ao atacante Robert, passando pelo capitão Henrique, o zagueiro Arthur, o lateral-esquerdo Wellington Silva e os meio-campistas Higor Leite, Maranhão e Marquinho. O destaque do noticiário esportivo na última quinta-feira foi a lista de dispensas anunciada pelo Fluminense por meio de seu site oficial. No Brasil que erra por não tratar futebol como negócio, o exemplo do tricolor carioca mostra a linha tênue entre uma ótima ideia e um péssimo desfecho.


É elogiável a iniciativa de se adequar gastos ao orçamento. Primeiro por acontecer em um meio em que dívidas, comumente, são mais argumento político do que real motivo de preocupação e há muito mais dinheiro do que há dez anos, mas cada vez mais gastos com os mesmos jogadores. Mas, sobretudo, pela transparência na relação com o torcedor, maior patrimônio do clube, expondo a realidade e evitando frustrações na sempre dura equação entre expectativas criadas e não contempladas.

Cavalieri, em 2012: título e seleção
(Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Ultrapassando as finanças, o simbolismo da lista é o grande erro. Se é correto trabalhar com os pés no chão, não soa adequado, ainda que não tenha sido a intenção, desvalorizar os ativos: caso a caso, o Fluminense poderia reforçar o elenco por meio de trocas ou o próprio orçamento com vendas. Some-se a isso o desfecho igual a histórias absolutamente desiguais, como na presença de Diego Cavalieri, grande nome do título brasileiro de 2012, ao lado de personagens com menos de dez jogos pelo clube.

2017 terminará sem que o brasileiro trate futebol como negócio.
E com mais um exemplo de que tentar nem sempre é suficiente.


Fred, Robinho, Marcos Rocha e Rafael Moura estão entre os atletas
mais presentes em campo neste ano; lista ainda tem Rafael Carioca

Vinícius Dias

Ao longo dos 71 jogos desta temporada, o Atlético teve quatro treinadores - contabilizando Diogo Giacomini, que assumiu de forma interina após as demissões de Roger Machado e Rogério Micale - e levou a campo 50 jogadores diferentes. Quarto a passar pela área técnica, Oswaldo de Oliveira foi aprovado e mantido para 2018. Quando o assunto é o elenco, contudo, o insucesso nas principais competições faz com que o discurso adotado na Cidade do Galo seja de ano novo, vida nova.


Depois de ver interrompida a sequência de cinco participações na Copa Libertadores, recorde entre equipes mineiras, o alvinegro optou por reestruturar o departamento de futebol, agora comandado pelo ex-volante Alexandre Gallo, e reduzir custos. Para contemplar o objetivo, no entanto, foi preciso abrir mão de quatro dos 11 jogadores mais escalados nesta temporada - outro integrante da lista, o volante Rafael Carioca já havia sido negociado com o Tigres, do México, no fim de agosto. 

Rafael Moura e Fred: top 11 em 2017
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Anunciado pelo rival Cruzeiro, Fred foi o quinto mais aproveitado em 2017: 55 partidas, com 30 gols, que valeram a artilharia do time. Robinho, que não teve o contrato renovado, atuou apenas uma vez a menos. Marcos Rocha, emprestado ao Palmeiras em negociação que trouxe o meia-atacante Roger Guedes ao Atlético, foi a campo em 49 oportunidades, assim como Rafael Moura, reforço do América. Titular absoluto até agosto, Rafael Carioca completa o top 11, com 43 participações.

Top 11 - Atletas mais aproveitados nesta temporada:

Fábio Santos - 64 jogos / titular em 64 / 5 gols
Cazares - 60 jogos / titular em 44 / 9 gols
Elias - 58 jogos / titular em 57 / 11 gols
Gabriel - 56 jogos / titular em 56 / 2 gols
Fred - 55 jogos / titular em 53 / 30 gols
Otero - 55 jogos/ titular em 33 / 14 gols
Robinho - 54 jogos / titular em 44 / 13 gols
Victor - 49 jogos / titular em 49
Marcos Rocha - 49 jogos / titular em 49
Rafael Moura - 49 jogos / titular em 14 / 10 gols
Rafael Carioca - 43 jogos / titular em 42

Superação de Judivan inspira samba-enredo

Vinícius Dias

Oito meses depois de assinar a renovação do contrato na cama de um hospital, Judivan retornou com gol, diante do Avaí, na 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes disso, o atacante do Cruzeiro passou 886 dias longe dos gramados se recuperando de lesão. História de superação que o bloco Rapozama levará às ruas de Congonhas, na Região Central do estado, no carnaval de 2018. O samba-enredo intitulado 'Explosão de superação' marcará o 15º ano na folia, no dia 12 de fevereiro.


"Estamos trabalhando nisso desde o carnaval passado. Há seis meses, fiz uma faixa, que tenho levado ao Mineirão, com a palavra superação. Viajamos com ela para a final da Copa do Brasil contra o Flamengo, no Rio de Janeiro, já trabalhando em cima do projeto do Judivan", destaca Divino de Oliveira, mais conhecido como Pelé, um dos fundadores do bloco. "Já tínhamos o tema superação. Judivan virou personagem, e criei o samba sobre ele, que já confirmou presença", completa ao Blog Toque Di Letra.

Joia será homenageada em Congonhas
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Braço carnavalesco da entidade filantrópica Associação Torcida Organizada Rapozama (Ator), fundada em 2003, o bloco já homenageou personagens como o ex-presidente Felício Brandi, em 2005, e levou às avenidas nomes como Zezé Perrella, em 2006, o argentino Montillo, em 2012, e os uruguaios Arrascaeta e Gino, em 2016. Neste ano, o tema foi 'Agora, quem errar não é humano'. O desfile, diante de quatro mil pessoas, foi prestigiado pelo então vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin.

Confira o samba-enredo de 2018:


Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo revela
possíveis caminhos de imbróglio por acerto de Fred com o Cruzeiro

Vinícius Dias

O anúncio da saída do Atlético e o acerto com o Cruzeiro horas depois, no último sábado, transformaram Fred em protagonista de um capítulo jurídico da rivalidade. Isso porque, de acordo com uma das cláusulas da rescisão, o atacante precisará indenizar o alvinegro em R$ 10 milhões por ter assinado com a Raposa. Nessa terça-feira, o clube celeste se apresentou como responsável financeiro pela multa, pontuando que a situação está sendo analisada por seu departamento jurídico.


O imbróglio, que tem dividido opiniões nos bastidores, pode até mesmo ser solucionado fora da esfera desportiva caso o Atlético não receba o valor fixado após o registro no BID. "Se não for pago, a tendência é de que o Atlético acione a Justiça Cível (Justiça Comum) ou a Câmara de Resolução de Conflitos da CBF, que só pode ser utilizada caso todas as partes envolvidas concordem", explica Gustavo Lopes de Souza, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD), ao Blog Toque Di Letra.

Fred assinou contrato por três anos
(Créditos: Cruzeiro Esporte Clube/Divulgação)

De acordo com o especialista, doutorando em Direito Desportivo e professor de cursos de mestrado de universidades da América Latina e da Europa, a Justiça, caso acionada, analisará a validade e a abrangência da cláusula contratual. Com isso, pelo menos duas possibilidades se abririam. "Se a cláusula for considerada como indenizatória desportiva, aplica-se a Lei Pelé, com o clube sendo automaticamente solidário na cobrança e podendo ser punido desportivamente pela Fifa se não pagar", destaca.

Sanções fora da esfera desportiva

"Se considerada como cláusula penal (multa contratual cível), aplica-se o Código Civil: não há solidariedade e, inicialmente, o pagamento caberia somente ao atleta. Mas, como assumiu publicamente a responsabilidade, o Cruzeiro poderia ser acionado por Fred em uma ação de regresso ou denunciação da lide", exemplifica. "Nesse caso, não ocorrendo o pagamento, se aplicaria o procedimento executivo normal: penhora de bens, bloqueio de contas, entre outros", acrescenta o advogado.

No Atlético: 42 gols em 83 partidas
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Em ambos os cenários, Lopes de Souza, que considera a cláusula legal, entende que Fred seguiria com condições de jogo, mas sendo aplicadas as sanções previstas em caso de não pagamento. "O vínculo permanece", pondera. Do ponto de vista dos clubes, o Atlético pretende receber o valor fixado na rescisão. O Cruzeiro, em nota publicada nessa terça-feira, frisou que, caso o parecer do departamento jurídico seja favorável ao pagamento, contará com um grupo de empresários para quitá-lo.

Menos corneta, mais Galo: a missão em 2018

Alisson Millo*

Fim de ano chegou. É tempo de reunir a família, agradecer tudo o que passou e pedir novas realizações para o ano seguinte. Na reunião da família atleticana, creio que seja consenso que teremos pouco a agradecer e bastante a pedir para a próxima temporada.


Começando pelos pontos positivos, um título estadual diante do maior rival, que tem um sabor a mais, e a Arena MRV. O troféu do Campeonato Mineiro é mais tangível para se expor na sede, mas, em termos de relevância para o clube, a aprovação do Conselho ao projeto do estádio próprio foi a maior conquista do Galo em 2017. Em tempos de crise, um aumento exponencial no patrimônio, sem gastar mundos e fundos, com a possibilidade de garantir o futuro do clube, é o negócio dos sonhos.

Aprovação da Arena foi nosso presente
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

No entanto, a balança do ano do Atlético pesa mais para o lado negativo. Eliminações precoces em competições em que o título era obsessão, desempenho muito aquém no Brasileirão e a ausência na Libertadores em 2018 depois da vergonha de ter que depender do Flamengo. Peças-chave do elenco foram mal, as contratações surtiram pouco efeito e ficamos a ver navios. Mas a verdade é que tudo isso já foi mais do que tratado pelo colunista corneteiro que vos escreve ao longo desta temporada. Vamos olhar para frente e tentar ser otimistas.

Reforços para Oswaldo de Oliveira

A nova diretoria já vem se articulando no mercado de transferências, trouxe Samuel Xavier, Arouca, Erik, Ricardo Oliveira e outros nomes vêm sendo comentados para o ataque e a defesa. Carlos, Hyuri e Danilo serão reintegrados e voltarão a ser opções. De saída, destaque para Fred, que foi para o rival, e Marcos Rocha, que está de partida em uma negociação com o Palmeiras, com a vinda de Roger Guedes. Claro que essas transferências não agradam a toda a massa, mas Kalil já dizia que essa é a torcida mais chata do Brasil, então vamos dar tempo ao tempo.

Que o Galo volte a ser Doido em 2018
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Não é como se estivéssemos perdendo Messi a preço de banana ou trazendo de volta um Conceição. É fato que o dinheiro está curto e tem que se trabalhar com o que está disponível. Nem de longe o prognóstico é dos tempos mais sombrios, até porque, em 2004 e 2005, o elenco era estrelado e capaz de muito mais do que ofereceu. Se vamos mirar algum time, que seja o Corinthians deste ano, que iniciou como 'quarta força de São Paulo', sem grandes nomes, e terminou como primeira do Brasil.

No Ano Novo, o velho atleticano

O adversário da primeira fase da Copa Sul-Americana já é conhecido. O San Lorenzo, famoso time do papa, campeão da Libertadores recentemente. O caminho começa tortuoso e serve de alerta desde já para a preparação. Bom, desde a reapresentação. Enfim, não é porque o jogo de ida está marcado para abril que poderemos levar com a barriga até lá.

Para não passar em branco no quesito promessas de Ano Novo, uma meta pessoal é ser mais otimista, mesmo que, às vezes, o Atlético não me dê muitas razões para isso. Como o bom e velho espírito atleticano recomenda, que em 2018 tenhamos menos corneta e mais apoio.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Ex-cruzeirense Hudson em pauta no Atlético

Vinícius Dias

Mesmo depois de anunciar a contratação de Arouca, emprestado pelo Palmeiras até o fim de 2018, o Atlético segue em busca de volantes no mercado. De saída do Cruzeiro, Hudson é um dos nomes monitorados, conforme antecipado na manhã deste domingo pelo Blog Toque Di Letra. Os primeiros contatos pelo juiz-forano, que tem os direitos econômicos ligados ao São Paulo, ocorreram na última sexta-feira.

Hudson: herói celeste na Copa do Brasil
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Nos bastidores alvinegros, Walace, atualmente no Hamburgo, da Alemanha, é o plano A. O fato de já estar adaptado à capital mineira, no entanto, faz de Hudson uma alternativa bem avaliada. No início de dezembro, o Atlético chegou a sinalizar uma oferta de € 1,5 milhão ao Sport por Rithely, mesmo valor fixado pelo tricolor paulista para compra de 50% de Hudson por parte do Cruzeiro após o empréstimo, o que não acontecerá.

Cláusula com o rival até dia 31

Embora a cláusula de compra seja exclusiva do contrato com a Raposa, que legalmente ainda pode acioná-la até o dia 31, a expectativa é de que uma negociação entre alvinegros e são-paulinos na próxima temporada tenha bases semelhantes. Da parte do volante, os valores discutidos para um vínculo em definitivo com o clube celeste representariam aumento de cerca de 40% em relação ao contrato firmado para este ano.

Fred e a mudança de patamar do Cruzeiro

Vinícius Dias

Da recusa de Ricardo Oliveira às negociações pelo argentino Lucas Pratto, a chegada de Fred é um acerto do Cruzeiro. Especialmente porque, em 2018, o clube terá seu melhor centroavante desde... a saída de Fred, em 2005. Financeiramente, é possível discutir números, vínculo por três temporadas aos 34 anos e um dos maiores salários do elenco. Mas, do ponto de vista técnico, é impossível negar a capacidade do novo contratado para preencher a principal lacuna e mudar o patamar do elenco.


O centroavante chega à Toca da Raposa II depois de um 2017 de altos e baixos no rival Atlético, marcado pelo jejum entre a 15ª e a 27ª rodadas do Campeonato Brasileiro, mas também por sete gols em suas últimas dez apresentações e pela condição de vice-artilheiro do ano. De janeiro a dezembro, 30 bolas na rede e 11 assistências em 55 partidas e, de acordo com o Footstats, a temporada de maior eficiência desde o retorno ao futebol nacional: um tento a cada 3,5 finalizações.

Fred volta a vestir a camisa celeste
(Créditos: Cruzeiro Esporte Clube/Divulgação)

Mais uma em que marcou mais gols do que o artilheiro do elenco cruzeirense - em nove anos, as exceções foram 2013, quando conviveu com lesões e fez oito contra 19 de Borges, e 2009, quando fez 22 contra 24 de Wellington Paulista, mas estreando apenas em março. Reforço para um time que começou o ano tendo dificuldades de trabalhar com um homem de área, o que antecipou a saída do argentino Ramón Ábila, e terminou mais confiante, criando oportunidades, mas pecando na conclusão.

Os caminhos do futebol ilustram a linha entre paixão e negócio.
Na Raposa, o retorno de Fred representa mudança de patamar.

Salum revela planos para a Primeira Liga

Vinícius Dias

Eleito presidente da Primeira Liga nessa sexta-feira, Marcus Salum já trabalha visando ao próximo ano. "O momento não é fácil. Mas, com muita calma, no estilo mineiro de ser, vamos propor alguma coisa para a competição, conversar com os nossos pares e achar um caminho", garante o dirigente do América, que terá como vice Leonardo de Oliveira, do Paraná, ao Blog Toque Di Letra. "Vamos marcar a próxima reunião para o fim de janeiro, já com alguma coisa mais concreta", acrescenta.


Escolhido por aclamação, o sucessor de Gilvan de Pinho Tavares pretende iniciar em breve o diálogo com TV - a entidade tem contrato com a Rede Globo até 2019, assegurando cerca de R$ 50 milhões no período -, federações e CBF em busca do melhor encaixe para a Copa da Primeira Liga. "A meta da nova diretoria é já equacionar a competição para 2018 e 2019 para não ficar definindo (formato) ano a ano", revela Salum, que terá mandato no biênio, com possibilidade de uma reeleição.

Salum durante eleição no Coelho
(Créditos: Mourão Panda/América)

Embora a transformação do torneio em sub-23 seja alternativa do agrado de alguns clubes, o novo presidente defende o modelo adotado nas duas primeiras edições. "Estamos pensando em manter normal, sem ser sub-23", confirma. A princípio, a intenção é reunir os 16 filiados aptos a disputar, inclusive Atlético/MG, Atlético/GO, Avaí, Chapecoense, Criciúma, Grêmio e Internacional, ausentes na reunião dessa sexta-feira. Pelo estatuto, os clubes da Série C - Joinville, Luverdense e Tupi - estão fora.

'Caminho é manter a Liga', afirma

Ciente dos obstáculos, Marcos Salum se vê preparado para o desafio no biênio. "Serão dois anos muito complicados. Em 2018, teremos Copa do Mundo. Em 2019, a Copa América no Brasil. Agora, o caminho principal é manter a Liga e fazer a competição", destaca. Uma das possibilidades para a próxima edição é a de disputa durante a Copa do Mundo. A Primeira Liga reúne dez dos clubes da Série A, que será paralisada. A tendência, no entanto, é de que a Série B tenha partidas no período.

Busca por Pratto em 'stand by' no Cruzeiro

Vinícius Dias

Em meio à saída do volante Hudson e com apenas o lateral-esquerdo Egídio confirmado para 2018, o Cruzeiro concentra suas ações no mercado na busca por atacantes. A expectativa do clube, que já formatou proposta por David, do Vitória, é de anunciar pelo menos dois reforços para o setor antes do início da pré-temporada - podendo chegar a três, dependendo de eventuais saídas. Embora a diretoria evite falar sobre o nome publicamente, Lucas Pratto, do São Paulo, continua entre os monitorados.

Pratto: 14 gols em 51 jogos no ano
(Créditos: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, mesmo não havendo otimismo, o Cruzeiro estuda alternativas. Responsável por intermediar os primeiros contatos e com bom trânsito no tricolor paulista, o agente Róbson Florêncio vê as tratativas em 'stand by'. "Esse assunto está sendo tratado por Marcelo Djian, Raí e o presidente Leco. Pelo que sei, está meio em stand by neste momento", ponderou na manhã desta sexta-feira. "Só iniciei. São meus amigos em comum. Mais nada", acrescentou.

Tendência de ida para o River

Além do aspecto econômico - o clube celeste projeta que uma operação para tirá-lo do Morumbi custaria pelo menos R$ 20 milhões -, a intenção do camisa 9 em retornar à Argentina é vista como entrave. Nos bastidores, com a ausência do São Paulo, a obsessão de Pratto pela Libertadores chegou a ser considerada trunfo. O River Plate, no entanto, já sinalizou que apresentará proposta, contemplando ambos os objetivos. Procurado, o vice-presidente de futebol da Raposa, Itair Machado, não atendeu às ligações.

Bloco quer América à frente da Primeira Liga

Vinícius Dias

De olho em 2018, dirigentes dos clubes filiados à Primeira Liga se reunirão na tarde desta sexta-feira, em Belo Horizonte. A expectativa é de que, na assembleia geral, sejam traçados os rumos da entidade tanto esportiva - definindo o formato de disputa, caso os clubes optem por realizar a terceira edição - quanto politicamente. Com mandato apenas até o dia 31, Gilvan de Pinho Tavares, do Cruzeiro, deixará a presidência.

Novo Conselho de Administração
(Créditos: Mourão Panda/América)

Um bloco de filiados articula para que o comando no biênio 2018/2019 fique com o América. Conforme o Blog Toque Di Letra, a ideia foi bem recebida nos bastidores do clube alviverde, desde que a eleição aconteça por aclamação - o Coelho dificilmente encabeçará um enfrentamento. Confirmado este cenário, o sucessor de Gilvan seria Marcus Salum, que presidirá o Conselho de Administração eleito para o triênio 2018/2020.

Durante a Copa ou torneio sub-23

Do ponto de vista esportivo, a Primeira Liga está em xeque. Cogitada inicialmente, a realização de um torneio de pré-temporada foi descartada após a redução dos 25 dias para 14. A possibilidade de a Série B ter jogos durante a Copa do Mundo é entrave para a disputa no período, defendida por mais da metade dos filiados. Paralelamente, a transformação em torneio sub-23 agrada a alguns clubes, entre eles o Grêmio.


Estádio do Vale do Aço teve liberação para 22,5 mil torcedores na
próxima temporada; Tombense fará melhorias internas e externas

Vinícius Dias

Palco de Tombense x Cruzeiro, no dia 28 de janeiro de 2018, o Ipatingão voltará a receber o clube celeste após quase sete anos. No que depender da Prefeitura, o duelo válido pela 4ª rodada do Campeonato Mineiro não será o único de uma equipe de Belo Horizonte no Vale do Aço. A cidade já negocia com o Tombense para que o confronto com o América, cinco rodadas depois, também seja disputado no estádio e tem estratégia definida para viabilizar a presença do Atlético, o que não ocorre desde 2014.

Estádio receberá Tombense x Cruzeiro
(Créditos: Ipatingão/Divulgação)

Há alguns meses, sediar grandes partidas soaria como devaneio. Um dos palcos da Série A em 2008 e cenário de jogos da Raposa em duas edições da Copa Libertadores, o Ipatingão chegou a ser interditado no início de 2016. "Tinha até colonião no gramado, mendigos ocuparam a parte externa", relembra o fotojornalista Sérgio Roberto. O Ipatinga, que exerceu o mando de campo no módulo II do estadual em Coronel Fabriciano e Itabira, acabou rebaixado, com apenas sete pontos em dez duelos.

Intervenções ao longo deste ano

Gramado deteriorado e cenário de abandono, no entanto, fazem parte do passado. "Também mexemos na parte estrutural, ligada à segurança: luzes de emergência, hidrantes, portões, barras de segurança antipânico", destaca o secretário de Cultura, Esporte e Lazer de Ipatinga, Carlos Oliveira. As intervenções permitiram que o Tigre voltasse a atuar em casa neste ano e, com direito a goleada por 5 a 1 sobre o Atlético B na 15ª rodada, conquistasse o título da Segunda Divisão e o acesso ao módulo II.

Gramado foi revitalizado neste ano
(Créditos: Ipatingão/Divulgação)

Supervisor de futebol do Ipatinga durante a gestão Itair Machado, Carlão, como é conhecido, foi o responsável pelos primeiros contatos com o Tombense, que já havia exercido o mando de campo no Vale do Aço, diante do Atlético, no Campeonato Mineiro de 2014. Pelo acordo fechado, o Gavião realizará novos ajustes no estádio, antes de utilizá-lo contra o Cruzeiro, a título de contrapartida. "Pintura da parte frontal, dos corredores para os vestiários e troca das claraboias do túnel", enumera.

Liberação para 22,5 mil em 2018

Após uma década de restrições, o Ipatingão voltará ter a capacidade máxima em 2018. O Blog Toque Di Letra teve acesso ao auto do Corpo de Bombeiros e ao parecer da Polícia Militar, emitidos após vistorias em novembro - veja trechos abaixo. O estádio foi liberado para 22,5 mil pessoas, considerando a exigência de isolamento de três mil lugares para separação de torcidas, aumento do efetivo de segurança contratado para os jogos e bares e banheiros em funcionamento para os visitantes.

Autoridades definem nova capacidade
(Créditos: Corpo de Bombeiros/PM/Reprodução)

O maior público deste ano foi registrado no dia 28 de outubro, no duelo entre Ipatinga e Ponte Nova, que valeu o título e o acesso ao time da casa: 5.437 torcedores. O recorde é de 07 de abril de 1996, na vitória do Atlético sobre o Cruzeiro por 2 a 1: mais de 25 mil presentes.

Villa Nova avalia atacante Quirino, ex-Atlético

Vinícius Dias

Depois de 13 anos, Quirino pode voltar ao futebol mineiro. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o atacante revelado pelo Atlético passa por um período de avaliação no Villa Nova e, se aprovado pela comissão técnica, vestirá a camisa do Leão do Bonfim no estadual de 2018. O último clube do belorizontino, de 32 anos, foi o Anápolis, pelo qual disputou o Campeonato Goiano e a Copa do Brasil no primeiro semestre.

Quirino surgiu no Atlético, em 2003
(Créditos: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)

Considerado uma das maiores promessas da base alvinegra no começo dos anos 2000, Quirino participou do Mundial sub-20 de 2005, na Holanda, ao lado de nomes como o goleiro Diego Alves, o lateral-direito Rafinha, o volante Fernandinho e os atacantes Rafael Sóbis e Diego Tardelli. Pelo Galo, foram 14 gols em 65 partidas entre 2003 e 2005. A seguir, o atacante teve passagens por Suécia, Japão, Coreia do Sul e Emirados Árabes.

Grande concorrência no Leão

O retorno ao Brasil aconteceu neste ano, quando acertou com o Anápolis. Pelo clube goiano, o ex-atleticano balançou as redes uma vez em quatro jogos. No Villa Nova, caso contratado, será o sexto reforço para o setor ofensivo. O elenco comandado por Ito Roque já ganhou Norton, ex-São Caetano; Valdanes, ex-São Raimundo/PA; Núbio Flavio, ex-FC Dila, da Geórgia; Viola, ex-ASA/AL, e Igor Soares, ex-União Luziense/MG.

Atlético faz investida por Ricardo Oliveira

Vinícius Dias

Depois de assegurar o empréstimo de Erik junto ao Palmeiras, o Atlético alinhavou a chegada de mais um reforço para o setor ofensivo: Ricardo Oliveira. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o interesse alvinegro foi tema de reunião na tarde desta terça-feira, em Belo Horizonte. A proposta feita pelo clube agradou aos membros do staff do centroavante, cujo contrato com o Santos se encerra no próximo dia 31. 

Ricardo fez 12 gols em 40 jogos no ano
(Créditos: Ivan Storti/Santos FC/Divulgação)

Nos bastidores, o Peixe já recebeu uma sinalização de que a permanência é improvável. A intenção do Atlético é fechar por duas temporadas, com vencimentos atrelados a desempenho - gols e partidas disputadas. Neste ano, o camisa 9 superou todas as metas fixadas no contrato com o Santos, balançando as redes 12 vezes em 40 atuações. O valor fixo oferecido pelo Galo é inferior ao desembolsado pelos paulistas.

Negócio de ocasião no Atlético

Em outubro, Ricardo Oliveira chegou a ter o nome apresentado ao Cruzeiro, que, no entanto, não abriu negociações. No Atlético, no cenário atual, sem pagamento de luvas, é visto como negócio de ocasião. Augusto Castro, agente do atacante, e Roberto Tibúrcio, com quem atua em parceria mercado mineiro, não atenderam às ligações da reportagem. O clube não tem comentado suas movimentações no mercado.


Presidente revela bastidores da trajetória à frente do alviverde e
fala sobre as conquistas, finanças e o modelo de gestão do Coelho

Vinícius Dias

Título mineiro diante do Atlético após 15 anos, dois acessos à elite em três temporadas, o mais recente coroado com a conquista da Série B depois de 20 anos. "O América está no caminho certo. Não tem volta mais. O clube está cada vez melhor", assegura Alencar da Silveira Júnior. Com o sentimento de dever cumprido, o presidente se prepara para deixar o Conselho de Administração do Coelho e, da posse logo após a perda de pontos que custou a presença na Série A de 2015 à saída com vaga garantida para 2018, revela bastidores do mandato ao Blog Toque Di Letra.


"Tudo que está aí foi planejado desde a primeira hora, quando assumimos o América sem patrocinador master, com astral baixo", enumera, exaltando o consenso na política alviverde. "Diferentemente de outros clubes, no América não há revanchismo, não há disputa. Tivemos chapa única (na eleição deste ano). O trabalho vai continuar", completa, apontando a permanência no Conselho de Administração para 2018/2020 de Marco Antônio Batista, Anderson Racilan e Fabiano Jardim, estreantes neste triênio, como um dos legados. "Eram juninhos e agora são profissionais", brinca.

Presidente festeja momento do Coelho
(Créditos: Arquivo Pessoal/Alencar da Silveira Jr.)

"Quem pensava em desfazer o Conselho de Administração, que tinha que ter presidencialismo, hoje tem que pensar duas vezes. Nosso modelo tem que ser seguido por outros clubes. Dividindo funções, resultado é certo", comemora o deputado estadual. "No América, ninguém fica escravo do clube. Um exemplo: logo quando surgiu a Primeira Liga, eu estava em Dubai, o Gilvan (presidente do Cruzeiro) me ligou. Resolvemos o problema por telefone, com o Batista participando da reunião. Gilvan disse: 'não consigo ir à minha fazenda passar um fim de semana e você viajando'", destaca.

Churrascos e sorteios de iPhones

O dirigente, que considera o grupo campeão da Série B no mês passado como o melhor com o qual trabalhou à frente do Coelho, faz questão de valorizar até mesmo os dias em que teve a sorte como importante aliada. "A estrela tem que brilhar... teve uma época em que a gente trabalhava demais, mas a bola não entrava", justifica, relembrando os triunfos comemorados ao sabor de churrascos em Belo Horizonte, com direito a sorteio de iPhones, ao longo da trajetória vitoriosa neste ano. "Nós fizemos um a cada três vitórias consecutivas (no Campeonato Brasileiro)".

Campeão da B: folha de R$ 900 mil
(Créditos: Daniel Hott/América/Divulgação)

Sucesso baseado em uma política de pés no chão: Alencar calcula que entre profissional, com folha salarial de cerca de R$ 900 mil, e base o América tenha gastado R$ 14 milhões com futebol em 2017. "Uma das nossas virtudes foi essa: não só com os jogadores, tudo que tratamos foi cumprido no dia certo. Credibilidade não se impõe, se adquire". Mesmo que, para isso, em alguns momentos tenha sido preciso que o próprio presidente emprestasse recursos. "O grupo não pode perder a confiança na diretoria", confirma, em meio a sorrisos, também citando Fabiano Jardim.

Recorde com TV e R$ 5 mi de joia

Para o próximo ano, a expectativa é de mais tranquilidade do ponto de vista financeiro. O orçamento para esta temporada previa receita operacional bruta na faixa dos R$ 25,4 milhões. De volta à Série A, o clube superará esse valor somente com TV. A negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, por exemplo, foi alinhavada por cerca de R$ 32 milhões. Em 2018, o alviverde ainda receberá quase R$ 5 milhões - segunda metade dos valores referentes aos 20% dos diretos econômicos que detinha - pela transferência do atacante Richarlison ao Watford, da Inglaterra.

América deve renovar com a Caixa
(Créditos: Site Oficial do América/Divulgação)

Na elite nacional, o América também planeja ampliar a arrecadação com patrocínios. Nesta temporada, os acordos renderam cerca de R$ 3 milhões. Pelo master, a Caixa pagou R$ 2 milhões - a conquista da Série B garantiu bônus de R$ 500 mil. Para 2018, a expectativa é de pelo menos R$ 4 milhões fixos. "A Caixa gostou da parceria com o América, quer renovar. Agora, nos próximos dez dias, deveremos ter novidades", detalha Alencar da Silveira Júnior. Paralelamente, a cúpula mantém conversas com empresas, entre elas os Supermercados BH, por outros espaços da camisa.

Cemil reabre conversas por patrocínio ao Galo

Vinícius Dias

Patrocinadora do Atlético ao longo de 2015, a Cemil pode voltar a estampar sua marca no uniforme alvinegro na próxima temporada. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a empresa do ramo de laticínios, cuja sede está situada em Patos de Minas, já sinalizou a intenção ao novo presidente do clube, Sérgio Sette Câmara. Uma conversa preliminar sobre o assunto ocorreu há cerca de três semanas, em Belo Horizonte.

Marca da Cemil na coleção de 2015
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

"O Atlético é um bom time, representa bem. Há interesse. Agora, com a nova presidência, vamos ver como eles vão analisar", confirmou o diretor de vendas e marketing da Cemil, Warlei Tana. "Já conversei com o Sérgio, mas ainda não definimos nada, nem espaço (do uniforme)", acrescentou. No início deste ano, ainda na gestão Daniel Nepomuceno, as partes chegaram a negociar um retorno, que, no entanto, não foi concretizado.

Produtos e placas de publicidade

Mesmo fora da camisa nas últimas duas temporadas, quando coube à MRV a região da clavícula, estampada em 2015, a empresa manteve boa relação com o Atlético, produzindo leites licenciados. Para 2018, também há negociações visando à compra de placas de publicidade de jogos do clube no estadual. Uma das principais apoiadoras do futebol mineiro, a Cemil iniciará o ano com contratos de patrocínio com América e Cruzeiro.