Alisson Millo*
Quarta-feira,
06 de dezembro de 2017. Um dia histórico, por motivos não muito agradáveis.
Naquela noite que seria apenas mais uma, milhares de atleticanos ligaram a
televisão para torcer pelo Flamengo. Mesmo que alguns não admitam, torcer pelo
rival carioca que pode ajudar o Galo é muito mais nobre do que torcer contra e
ver os altos investimentos do ano todo irem por água abaixo e nosso time ficar
fora da Libertadores. No gol de cabeça de Rever até veio uma lembrança de
tempos bons, quando não dependíamos de nenhuma outra equipe para conquistar
nossos objetivos.
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A
Flamengo-dependência é o último capítulo de uma temporada horrível do Atlético.
É verdade que o início foi como de praxe: conquistamos o estadual e a liderança
no grupo da Libertadores, esperada pelo baixo nível dos adversários. Daí em
diante, rumo ao fundo do poço. Tivemos que torcer pelo Grêmio por mais uma
vaga, agora precisamos que o Flamengo ganhe para conseguirmos a classificação.
Tudo isso porque, meses atrás, o Cruzeiro foi responsável pelo surgimento do G7
e, no último domingo, manteve o Atlético vivo ao segurar o Botafogo, no Rio de
Janeiro.
Gol da vaga: Fred falhou na 37ª rodada (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Em
janeiro, o papo era título. Na pior das hipóteses, G4 pela classificação à fase
de grupos da Libertadores. A fase prévia seria quase um desastre. Hoje, virou
prêmio de consolação para um time que jamais ultrapassou o oitavo lugar. Prêmio
que passa pela humilhação de torcer pelo maior rival, segundo alguns jogadores.
Mas, para não ser tão pessimista, pelo menos o fantasma do rebaixamento foi
espantado com certa antecedência diante de todos os problemas que circularam o
Atlético: promoção e queda de diretor, escolhas equivocadas de treinadores,
contratações inexplicáveis.
A tristeza de torcer pelo Flamengo
Adoraria
dizer que 2017 é para ser esquecido. Mas não: que ninguém se esqueça do
desempenho lastimável e a temporada sirva de lição para o novo presidente, seja
ele quem for. Erros serão cometidos, com certeza, mas que não sejam tão
seguidos como foram este ano e não impactem tanto no time. Com ou sem a vaga na
Libertadores, que a montagem de elenco seja mais bem feita, não só baseada em
nomes e estrelas. O que ganha jogo, o que levanta taça, é futebol. Coisa que o
Atlético não mostrou na maior parte do ano e, agora, torce para que o Flamengo
mostre.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
Pensa num time medíocre . Foi o Galo em 2017
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