Alisson Millo*
Um
elenco repleto de estrelas que seguem sem dar resultado e mais uma vítima. Não
que Roger Machado estivesse isento de culpa. Tinha até muita e merecia todas as
críticas que vinha recebendo nas últimas semanas, mas, a exemplo de Diego
Aguirre e Marcelo Oliveira na temporada passada, foi tratado como maior culpado
e sofreu do mesmo destino. Talvez seja hora de cobrar não só dos técnicos, mas
também olhar para o desempenho, e não para os nomes, de alguns jogadores.
Alguns
adversários e até ex-atleticano já deixaram claras deficiências como a falta de
marcação no meio-campo. Seja com um, dois ou três volantes, a bola tem passado,
dificultando o trabalho da zaga, e os jovens Gabriel e Bremer, mesmo jogando
bem, não conseguem resolver a todo momento. A discussão não é se o time está ou
não sendo bem escalado. É sobre a obrigação de quem é escalado dar o sangue
para confirmar o rótulo de um dos melhores elencos do Brasil. É justamente a
falta desse sangue que rende críticas a jogadores tecnicamente tão bons.
Cazares: ora decisivo, ora apagado (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
No
setor ofensivo, apenas lampejos de bom futebol. Cazares, que normalmente
precisa de poucos minutos para decidir, em alguns jogos passa os 90 sem
participar. Um craque que ostenta a camisa 10 que há três anos era de
Ronaldinho Gaúcho precisa chamar a responsabilidade sempre. E ainda mais nessa
situação em que o time se encontra. Robinho há algum tempo deixou de ser unanimidade
e, nas últimas duas rodadas, perdeu a posição para Marlone, que até marcou gols
importantes contra Chapecoense e Botafogo, mas ainda não empolgou.
Soluções que não resolvem mais
Pensei
que Maicosuel não faria falta. Errei. O mago pelo menos se dispunha a partir
para cima dos adversários em busca de uma jogada diferente, o que falta em uma
linha de frente tão previsível, que só abre o jogo, cruza procurando Fred e
erra. O camisa 9, por sinal, cometeu o pênalti que resultou no primeiro gol do
Bahia, na quarta-feira, e desperdiçou um contra o Santos. Se antes Rafael Moura
era solução, agora, independentemente de ser torcedor declarado, não tem
resolvido nem agradado.
Time de Fred e Robinho não convence (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Infelizmente,
o Atlético tem parecido um time sem dono. Desde o afastamento do saudoso
Eduardo Maluf, falta um pulso firme, a autoridade que cobre resultados e saiba
lidar com os atletas. Se o presidente optou por não contratar um novo diretor
de futebol, que exerça a função ele mesmo, com qualidade. Um investimento desse
tamanho não pode ter sido feito para brigar apenas no meio da tabela do
Campeonato Brasileiro.
Micale: velho conhecido de volta
Com a
queda de Roger Machado, o escolhido para a sequência da temporada é um velho
conhecido na Cidade do Galo. Ex-treinador das categorias de base e campeão
olímpico com a seleção em 2016, Rogério Micale chega com a difícil missão de
comandar e reerguer um time estrelado e com o ego inflado, apesar dos
resultados ruins. Agora, só nos cabe desejar boa sorte ao novo treinador. Com
todo o segundo turno e o fim do primeiro pela frente, há tempo para fazer a maré
virar.
Rogério Micale: comandante do ouro (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Um
diferencial de Micale é o trabalho com jovens, que pode ser útil para lançar
outros campeões da Copa do Brasil sub-20 e observar nomes da equipe B. Roger
chegou a promover alguns e, com três competições simultâneas, eles podem ser o
ponto de equilíbrio. Yago, Bremer, Matheus Mancini e Leonan vinham sendo
usados, mas Ralph, Flávio, Marquinhos e Cleiton devem ser acompanhados de
perto. Com o título brasileiro muito distante, a transição pode ser gradual,
com a responsabilidade maior ficando para os atletas que, de fato, foram
contratados para assumi-la e levantar troféus.
Da Copa do Brasil à Libertadores
Na
Copa Libertadores, parada torta no jogo da volta contra o Jorge Wilstermann. Se
em um passado próximo o 0 a 1 era totalmente reversível, as atuações recentes
em casa deixam o torcedor receoso. Pela Copa do Brasil, o Botafogo não será
moleza. Mesmo com o Galo jogando bem fora de casa, segurar um empate no Nilson
Santos não será fácil e vai exigir muito mais do que a equipe vem apresentando.
Mais até do que o burocrático confronto de ida, no Horto, cuja mística, se não
tinha sido quebrada anteriormente, agora está totalmente em pedaços.
O
estádio próprio não ficará pronto de uma hora para outra nem pode ser o foco
enquanto o futebol não convence. Se a diretoria é tão supersticiosa, mande os
jogos no Mineirão, que é do tamanho do Atlético, embora menor do que a massa.
Muito obrigado, Arena Independência, mas o encanto chegou ao fim. Passou da
hora de voltarmos, de fato, para casa. Como costumo ouvir ao sintonizar o
rádio, por que tem que ser tão sofrido, Galo?
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
Com Robinho, Fred, Elias, Rafael Carioca, Rafael Moura, Felipe Santana, Marlone, Valdivia não há time que vença e nem convença. Time de uma jogada só: cruzar bolas para a área.
ResponderExcluirVocês vão ver o Roger fazer muito sucesso em outro grupo que não tenha jogadores tipo Fred, Robinho. Estes dois principalmente minaram o trabalho do Roger. Acredito que ele é um dos mais competentes técnicos do país e existe muitas evidencias que ele foi traído pelos medalhões. Aliás jogaram contra a torcida do Atlético.
ResponderExcluirNão há palavras p justificar. Mãos exaltam a grandeza do galo e trazem técnicos médios a pequenos apostas que não deram certo. Levy sempre foi um cara de temperamento difícil, mas nos tirou da série B e ganhamos títulos importantes ele. Aí mandam o cara embora sem analisar tudo o que foi feito. Nada me tira da cabeça que tem coelho nesse mato. Ninguém fala dos bastidores. Alguém tá ganhando c isso.
ResponderExcluirAgora tiram um técnico médio p colocar outro que sei lá que tamanho ele tem. Ganhar a medalha de ouro não quer dizer que ele é vai dar conta de segurar os medalhões do galo. Vamos sofrer. Minha única esperança é que esses mesmos medalhões que não queriam o Roger agora joguem e dêem ao galo as conquistas que esperamos.
Kkkkkkkkkk
ResponderExcluirO problema está nos jogadores com idade avançada demais!!
ResponderExcluirO time não é competitivo como o futebol de hoje necessita!
Trocar treinador nunca foi solução, mas torcedor não aprende e então fica ai a espera de um milagre...
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