Douglas Zimmer*
Salve, China Azul!
A torcida do Cruzeiro precisa ser uma mãe para esse time. Isso
mesmo: uma mãe. Mas não aquela mãe que mima o filho e que faz tudo o que o
primogênito quer, sem pensar se isso fará bem ao desenvolvimento dele ou não. A
torcida precisa assumir o papel materno no sentido de fazer o possível para
colocar o filho no caminho certo, no caminho ideal.
Sabe quando o menino chega para a mãe e diz "mas todo mundo foi mal", e ela, na hora, corta a onda
do garoto dizendo "você não é todo mundo"? Então. Quando o time dá
sinais de que vai se basear no desempenho dos outros para justificar seus
próprios insucessos em determinadas situações, cabe a nós, torcida, chamar a
atenção dizendo que o Cruzeiro não é outro. Cruzeiro, você é o Cruzeiro e não
pode ter como parâmetro o vizinho ou o coleguinha de tabela. Não mesmo. A menos que a situação seja inversa.
Torcida comemora triunfo ante Palmeiras (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Ai do moleque se a mãe descobre que toda a turma foi bem na matéria, menos seu amado filho. Como assim? O que foi que o garoto fez durante a aula que não assimilou o conteúdo para, assim como os demais, fazer um bom teste? É isso que a torcida precisa cobrar, por mais contraditório que seja. Como é que o time consegue perder pontos bobos em casa contra equipes que são, com todo o respeito, saco de pancadas da competição?
Entre o orgulho e as
cobranças
Quando o garoto se dá bem no teste e chega todo orgulhoso
mostrando a prova, apesar do orgulho latente, é papel da mãe explicar à criança
que aquilo é sua obrigação. Que enquanto ela e o pai trabalham e se esforçam
para deixar a casa em ordem, o filho deve entender que o mínimo que ele precisa
fazer é se esforçar para alcançar os resultados. Não que a mãe não possa
parabenizá-lo pelas conquistas. Pelo contrário. O filho precisa ser valorizado
e entender que a vitória dele significa a felicidade dos seus pais. O contrário
é motivo de preocupação e, se necessário, bronca.
Cruzeiro bateu o Atlético/PR em Curitiba (Créditos: Geraldo Bubniak/Light Press/Cruzeiro) |
E tem algo que dê mais orgulho para uma mãe do que poder falar do filho para os outros? Assim tem que ser o assunto Cruzeiro quando um cruzeirense puder falar sobre o time. E é ainda mais gratificante para uma mãe quando ela pode falar bem do rebento, contar aquela vantagem marota quando está na rodinha com as outras mães. Contar as peripécias, a evolução, o quanto ela se orgulha dele e o quanto ele a respeita.
O amor da torcida pela
Raposa
Cruzeiro, tua torcida te ama como uma mãe ama o filho. Entenda que
toda a cobrança, todas as noites mal dormidas, as lágrimas e sorrisos são por
sua causa. Queremos seu bem. Sua vitória é nossa vitória. Sua derrota é nossa
derrota e, embora às vezes não pareça, elas doem mais na gente do que em você.
Nós nunca iremos parar de te cobrar quando preciso e de te felicitar quando
necessário. E o mais importante: sempre estaremos contigo. O que esperamos é esforço,
inteligência, entrega e reciprocidade.
Dê a seu torcedor o mesmo valor que ele te dá. Pense nele cada vez
que estiver em uma prova, em uma partida. Pense em todo o esforço que ele faz
para estar nas arquibancadas do seu lado.
Força, Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!
fantástico comentário
ResponderExcluirTexto Ótimo e verdadeiro!
ResponderExcluirParabéns pelas belas palavras. Esse é exatamente o sentimento do torcedor cruzeirense. Esse papo de apoio incondicional, é papo de babaca. O amor é incondicional, o apoio é só quando merecer.
ResponderExcluirExcelente definição, exatamente como ser a nossa torcida!!!
ResponderExcluirTexto bacana! É assim mesmo que que deve ser!
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