A lição de Larghi: há vida além do 'Galo Doido'

Alisson Millo*

Na última quarta-feira, o Atlético se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil com goleada sobre o Botafogo/PB. No domingo, já havia vencido o América por 3 a 0, também jogando bom futebol. Há algumas semanas, isso seria motivo de espanto, ou melhor, duas zebras. Nos dois jogos, foram sete gols marcados e nenhum sofrido. Talvez o time não fosse tão ruim quanto se pensava, e a terra não estava tão arrasada assim.


O motivo dessa melhora repentina? Uma mentalidade diferente. Se Thiago Larghi será ou não efetivado, depende dele e do presidente Sérgio Sette Câmara. Fato é que, independentemente do nome, o próximo treinador do Galo tem que dar sequência a essa mudança sutil, mas muito efetiva. Porque é necessário pensar além do 'Galo Doido', que nos deu títulos, mas virou obstáculo para o sucesso nas últimas temporadas.

Ricardo Oliveira: artilheiro do novo Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Bonito de se ver? Lindo. Quando estamos ganhando. Pressão, posse de bola, marcação alta, chutão para o desvio do atacante, duelos com um caminhão de gols. Mas é preciso ter os jogadores com as características para isso. O jogo do Atlético hoje é a velocidade, troca rápida de passes e drible. Enxergando o que o último treinador não conseguiu, Larghi armou a retranca e botou o time pra jogar no contra-ataque. Os resultados falam por si.

No Galo, vergonha é não vencer

Alguns vão criticar, outros já reclamam que o Atlético parece que é o pequeno contra qualquer adversário, que treinador retranqueiro não tem vaga em um clube do tamanho do Galo. Por um tempo, eu mesmo fui esse tipo de torcedor. Mas se defender ou tomar pressão não é vergonha. Sofrer e só empatar com o Atlético/AC é atestado de fracasso. Tropeçar em casa contra Patrocinense e Caldense também não significa grandeza.

Thiago Larghi: começo empolgante
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Chamar de nova era é se precipitar. Foram apenas dois bons resultados em quatro dias. Mas as vitórias indicaram um bom caminho e uma lição a ser seguida. O mais importante, neste momento, eram os resultados e eles apareceram nas situações de maior necessidade. Que a toada seja mantida, independentemente do que e quem venha por aí.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

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