O Cruzeiro não precisa provar nada a ninguém

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Neste ano, especialmente, tenho percebido certa movimentação da torcida do Cruzeiro em querer provar para os outros, mais especificamente para uma fatia da imprensa esportiva, seu valor e a grandeza do seu clube. Claro que esse movimento não foi iniciado do nada, mas tenho certeza de que o cruzeirense não precisa provar nada a ninguém.


Há no meio futebolístico uma máxima que garante que o tratamento dado aos clubes de fora do 'eixo' é diferente. As conquistas são menos festejadas e os problemas são mais acentuados. Consideremos que seja verdade. O que isso muda para nós? É para mostrar algo para eles que torcemos? É para convencer alguém de que nosso time é melhor que vamos ao estádio e deixamos lá nossa voz? É tudo pelo Cruzeiro. Por si só, com sua história, sua escola, sua tradição, o clube celeste tem cacife suficiente para encarar qualquer um de igual para igual, com ou sem apoio de terceiros e, pensando em superar a si mesmo, conquistar cada vez mais.

Time celeste iniciou temporada em alta
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Também tenho a impressão de que um jogador precisa fazer aqui muito mais do que precisaria fazer em outros clubes para ter seu trabalho reconhecido, por exemplo, com uma convocação para a seleção. E o que isso nos interessa? É lógico que é motivo de orgulho e alegria ver um de nossos guerreiros sendo chamado para defender a seleção nacional, mas a ausência não é nenhum demérito. Fábio é, talvez, o maior exemplo disso. Durante a semana que passou, esse assunto voltou a ser comentado. Um dos goleiros mais constantes e seguros do futebol brasileiro nas últimas temporadas não é lembrado por quem convoca. Azar o deles.

Em busca da superação dia a dia

O Cruzeiro e o cruzeirense não precisam provar nada a ninguém. O objetivo precisa ser sempre a superação. Independentemente de os demais estarem acima ou abaixo, a razão de ser do torcedor e do clube é buscar sempre o melhor possível. Tenho certeza de que, se a Raposa olhar para sua história e tentar galgar feitos ainda maiores, fatalmente os conquistará. Não podemos contar com o afeto e a boa vontade dos outros para que, só a partir disso, valorizemos tudo aquilo que alcançamos até aqui. É por nós e por nosso amado clube que sofremos, vibramos, nos emocionamos e dedicamos boa parte do nosso tempo.

Fábio: um herói na seleção cruzeirense
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press/Cruzeiro)

Quem veste essa camisa e incorpora esse espírito não precisa de nenhuma motivação extra para se entregar de corpo e alma, seja lá qual for a sua parcela de contribuição. Só o torcedor celeste sabe o que é ostentar as cinco estrelas no peito e encher-se de vaidade, sim, por todos os momentos que passou junto ao clube. O cruzeirense reconhece cada um de seus ídolos e nunca precisou de convocações, números, estatísticas ou mesmo do aval da imprensa para definir quem merece ou não ser tratado como tal. Há situações que superam o plano da racionalidade.

O amigo leitor e torcedor pode poupar energias para o que realmente importa: o Cruzeiro. Sei que precisamos ganhar muito mais, jogar muito melhor, encher o estádio mais vezes e estar com as contas todinhas em dia para que, talvez, deem uma nota positiva. E quem liga? Usemos isso como combustível. Precisamos fazer tudo isso e ainda mais, não para que nos percebam, mas sim para que nós mesmos estejamos de acordo com a história e com a grandeza desse patrimônio do futebol brasileiro.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

5 comentários:

  1. E pronto, não precisa falar mais nada, deixe que falem por nós, são graças as insignificâncias dos dos outros que nos tornamos cada vez mais significantes.... Cruzeirão cabuloso!....

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  2. Vamos esperar o ano começcomeçar. ..

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  3. Ei Douglas, este seu texto matou a pau, como se diz na gíria. É como diz o nosso hino:" EXISTE UM GRANDE TIME NA CIDADE..." Vc abordou com profundidade e sabedoria aspectos interessantes do momento atual de nosso Clube.

    A leitura deste seu texto nos enche de orgulho por sermos cruzeirenses. Mas, esta paixão tem também uma nuance de insatisfação com as conquistas conquistadas. Nosso limite é superar sempre o já conquistado. Este DNA de vencer, vencer é diferencial do torcedor cruzeirense.

    A desadministração Gilvan/Vicintin nos humilhou e nos reprimiu por demais. A conquista do Penta na CB não nos trouxe a alegria das grandes conquista, pois não estávamos conscientes da sua chegada pela inexpressividade da caminhada. Ela não foi sonhada, porque a cada jogo a gente previa era a desclassificação! Isto nos deixou mais perplexos que entusiasmados.

    Com a nova direção, recebemos uma gigante transfusão de sangue azul e aconteceu esta explosão gigantesca de afeto, de paixão ao Clube. Concordo, não precisamos provar mais nada a ninguém, porque nossa galeria de conquistas fala por nós. Queremos todavia conquistar a América de novo e chegar ao Mundial para satisfazer a este nosso desejo insaciável de vencer, de conquistar, não para dar respostas aos invejosos e detratores de cada dia, mas sim nos inebriar de nossa própria grandeza! Salutti Celesti, aguerrido companheiro!

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    1. Discordo de você, na era Gilvam fomos vice da Copa do Brasil, TETRA Campeão brasileiro e PENTA campeão da Copa do Brasil,Classificamos para a LIBERTADORES e quanto a vencer passo a passo, como foi esta ultima Copa do Brasil, quando nos tornamos PENTA campeões.

      Voce deve ter assistido muitos comentaristas desses programas do eixo Rio São Paulo ou da Itatiaia para dizer esta asneira.

      Torci como nunca, vibrei demais, visto que tudo que se comentava era que o Cruzeiro iria perder pois todos os outros eram melhores.
      Vamos CRUZEIRÃO CABULOSO, POIS SOU LOUCO POR TRI AMERICA, VAMOS RUMO AO MUNDIAL, em Minas não tem rival. EU, MINHA ESPOSA E MEUS FILHOS SOMOS TODOS CRUZEIRENCES LOUCOS E APAIXONADOS PELO MAIOR DE MINAS.

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  4. Olha XYC, vc e todos seus familiares serem loucos pelo Cruzeiro, é uma grande e admirável realidade. Mas isto não lhe dá o menor direito de ser mal educado e desrespeitar meu comentário, como fez ao reputar minha manifestação aqui como ASNEIRA. Temos o direito de expor nossas opiniões mas, sem ofender. Se você é admirador do Dr. Gilvan eu não sou. Mas nem por isto ofendi ao mesmo ao qualificar sua gestão de DESADMINISTRAÇÃO. O que tem isto de pessoal? NADA. Embora o Alexandre Mattos e o Mano tenha a maior parte nos títulos conquistados, eu respeito seu ponto de vista de refutar minhas opiniões. Mas continuo firme na minha apreciação da desadministração Gilvan pelo endividamento, contratações equivocadas, perda de espaço na mídia, e outros desacertos administrativos. Reconheço ser ele pessoa honesta e boa, porém administrador muito limitado.

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