Ainda em busca de reforços, presidente confirma 'pés no
chão', sonha com Libertadores, mas rejeita o favoritismo

Vinícius Dias

Nos últimos seis anos, o advogado Daniel Nepomuceno foi o braço direito de Alexandre Kalil. Em dezembro passado, no entanto, Daniel deixou a vice-presidência para assumir a cadeira mais importante do Atlético. Sua referência é o próprio Kalil, comandante do processo de reconstrução do clube, que culminou em títulos inéditos, como o da Copa Libertadores de 2013 e o da Copa do Brasil de 2014. Na última terça, dia 27, durante a cerimônia de lançamento do Campeonato Mineiro, Nepomuceno falou pela primeira vez ao Blog Toque Di Letra.


Em 58 dias, Daniel viveu a euforia pela vinda de Pratto, a confirmação da saída de Diego Tardelli e, claro, a incessante cobrança por caras novas. "A cultura do futebol nos força a pensar que para ter time forte o clube tem que contratar. Mas, na verdade, só fomos campeões quando mantivemos elenco. Vai chegar a hora em que será preciso trocar, mas, agora, não. O grande reforço é a manutenção", afirmou o presidente alvinegro, sem, no entanto, descartar novas contratações.

Daniel foi vice de Kalil por seis anos
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

"Na hora em que aparecer um jogador que tenha o aval do técnico, que venha em uma condição interessante, para ser titular, nós vamos trazer", avaliou. Cauteloso, Nepomuceno faz questão de manter os pés no chão, embora entenda a ansiedade do torcedor. "Ele pensa apenas no jogador vestindo a camisa, não pensa na manutenção. Eu queria o Messi no meu time, mas não é simples assim. Ele não sabe que se você contratar um camisa 10, às vezes você está matando um 10 que está ali dentro (do elenco)", completou.

A ansiedade pela estreia

No próximo domingo, às 17h, o Atlético faz, diante do Tupi, na Arena Independência, a estreia oficial na gestão de Daniel. E o presidente não esconde a ansiedade. "Tem que ficar tranquilo agora, ver a bola rolar para saber, para ter uma visão melhor (do elenco)". Com a bola em jogo, em conjunto com a comissão técnica, ele terá a chance de detectar possíveis carências atleticanas. "O pessoal fala do Tardelli, outros falam do dez. Que posição realmente precisa?", questionou.

Nepomuceno festeja na Copa do Brasil
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Nos bastidores, o momento é de tranquilidade. Especialmente pelo fim do bloqueio de receitas do clube. "O Atlético ficou seis meses com o dinheiro bloqueado. Após o (fim do) bloqueio, o Atlético volta ao normal", disse. Agora, ele quer o fim do incômodo assunto. "Acaba que se preocupam demais com pequenas notícias. O principal é um elenco mantido. O clube tem que estar pronto para manter elenco e pagar em dia. É isso que vou fazer. Era uma situação pesada (bloqueio), mas agora está dando tudo certo", assegurou Daniel.

'Não tem favorito', disse

Duas semanas após a estreia no estadual, o time dirigido por Levir Culpi viajará ao Chile para encarar o Colo-Colo, em jogo válido pela rodada de abertura do grupo 1. O bicampeonato é o sonho do presidente, que, no entanto, descartou o rótulo de favorito. "Libertadores não tem favorito, é difícil demais, pequeno te surpreende, ganha na sua casa", afirmou. Nem mesmo a confiança do torcedor, exibida nas enquetes, altera a visão de Daniel. "É enquete de férias e a turma quer brincar. Não existe isso. Essa não é a realidade", disse.

Presidente sonha com a Libertadores
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Mas, afinal, qual será a casa do clube neste ano? Arena Independência, respondeu Daniel: "é nossa casa, onde o Atlético mostrou sua força". Ele, no entanto, não descartou o Gigante da Pampulha. "Quando jogamos no Mineirão, vencemos. A questão é simples... Lá, a gente tem condições de trabalhar um público maior, uma receita maior. Mas não adianta escolher Mineirão e deixar estádio vazio". Com a força da massa, ele quer seguir os passos de Kalil. Ou seja, o caminho dos títulos.

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