Pratas da casa têm peso de ouro no elenco celeste; roteiro do
tetra contou com a presença de 12 atletas formados na Toca I

Vinícius Dias

Os dois títulos brasileiros conquistados de modo consecutivo pelo Cruzeiro confirmaram não apenas o sucesso da política de contratações do clube, mas também a velha máxima de que craque se faz em casa. Em 2013, o técnico Marcelo Oliveira recorreu a oito pratas da casa, com destaque para Lucas Silva, único a terminar a temporada como titular. No último ano, o número cresceu. Na caminhada rumo ao tetra, a comissão técnica utilizou 12 atletas formados na Toca I. Desta vez, além do volante, Mayke figurou entre os titulares.


O meia-atacante Alisson, por exemplo, conquistou a posição em agosto, mas não teve sequência devido a uma lesão em outubro. O volante Eurico ganhou espaço na reta final e disputou três das últimas sete partidas do clube. A temporada que se inicia promete mais. "Começamos 2015 subindo dois jogadores efetivamente, Bruno Ramires e o Judivan. Depois deles, a bola da vez será Hugo Ragelli, e durante o ano surgirão outros nomes", assegura o vice-presidente Márcio Rodrigues, responsável pelo futebol de base do clube.

Márcio, à esquerda, comanda a base azul
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

De acordo com Márcio, todas as metas traçadas pela diretoria têm sido atingidas. "Temos conquistado títulos e, o que é mais importante, subido jogadores. O Marcelo tem prestigiado bem, mas, para isso, precisamos ter atletas de qualidade", fala ao Blog Toque Di Letra. As divisões de base têm, também, ajudado a reforçar os cofres estrelados. Em 2014, o clube arrecadou mais de R$ 25 milhões com as vendas do zagueiro Wallace e do atacante Vinícius Araújo.

Títulos na temporada

Quando o assunto são os títulos, a equipe júnior (sub-20) alcançou os melhores resultados em 2014, com as conquistas do Torneio de Terborg, na Holanda, e do estadual. "A última vez que tínhamos sido bicampeões (estaduais) foi na década de 1940", comemora o superintendente Bruno Vicintin, braço direito de Márcio. O juvenil (sub-17) foi campeão da Copa Promissão, disputada no interior de São Paulo. A equipe infantil (sub-15) conquistou o Mineiro após oito anos.

Time juvenil: título da Copa Promissão
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

O sucesso é consequência da política de investimentos na formação de atletas iniciada em 2012, quando Gilvan assumiu a presidência do clube. "Reformulamos muito a base, inclusive em termos de profissionais", diz o vice-presidente. Além da estrutura física do CT dedicado à base, setores como departamento médico e preparação física também tiveram melhorias. "A Toca II comprou uma nova aparelhagem de musculação e, com isso, a aparelhagem de lá veio para a Toca I, onde tínhamos materiais de 1970, 1980", revela Rodrigues.

'Um ano inesquecível'

O ano passado jamais sairá da memória de Eurico Lima, de 20 anos. "Ser campeão brasileiro no primeiro ano como profissional me marcará para o resto da minha vida", afirma ao Blog. O volante, que estreou no clássico ante o América, em fevereiro, foi acionado em seis oportunidades. A mais marcante delas, talvez, na partida ante o Goiás, que selou a conquista do nacional. "O atleta sempre tem que estar preparado. Tive a oportunidade e isso me deixou muito feliz e realizado", conta.

Eurico: estrela do Cruzeiro na Taça BH
(Créditos: Vinícius Dias/Blog Toque Di Letra)

Em 2014, Eurico alternou entre a busca pela afirmação no profissional e a condição de reforço de peso para a equipe júnior em partidas decisivas. Trabalho e paciência são os dois principais ingredientes da receita para se firmar de vez em um dos setores mais eficazes do time. "No meu primeiro ano como profissional, consegui atingir meus objetivos", afirma. "Agora é treinar forte e mostrar no dia a dia que posso fazer parte desse elenco do Cruzeiro e quem sabe ser titular", acrescenta.

Com o apoio do chefe

Para o volante, que se considera um jogador-torcedor, o sucesso com a camisa celeste tem sabor especial. "Se eu sou jogador profissional de futebol, devo ao Cruzeiro que me deu a oportunidade de mostrar meu talento", diz. "Tenho muito carinho pela instituição e, com certeza, pelos torcedores", reconhece Eurico, que chegou ao clube aos 14 anos. Márcio Rodrigues assina embaixo. "Você pode anotar. Na hora em que vestir a camisa, ele vai aproveitar a chance".

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