A convicção e as histórias dos campeões

Vinícius Dias

Diante do Mineirão lotado, Raniel caiu no gramado logo aos três minutos da decisão contra o Flamengo. Aos cinco, Arrascaeta entrou em campo para substituí-lo. Ora centralizado, ora caindo pela esquerda, como na melhor jogada da etapa inicial, em que serviu Thiago Neves, o uruguaio ditou o ritmo ofensivo do Cruzeiro. Papel semelhante ao desempenhado na primeira partida desta temporada e retrato da maturidade - reafirmada por Rafinha, meia-atacante que cumpriu bem o papel de Robinho, um volante-meia - adquirida pela equipe comandada por Mano Menezes.


No país em que um semestre é eternidade para os treinadores, o penta coroou justamente o trabalho mais longo da elite. A convicção de bancar o vice estadual, eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana, dando a chance de repensar o time. Romero foi de volante no limbo a lateral titular, Hudson reapareceu como protagonista, a defesa cresceu com Murilo ao lado de Léo. E a proposta, longe de ser a mais atraente, foi aprimorada no dia a dia para ser eficiente. No eterno debate entre manter por ter vencido ou vencer por ter mantido, o Cruzeiro aponta para a segunda opção.

Mano: 14 meses de trabalho até título
(Créditos: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro)

Também entre os mais longevos, Fábio Carille lidera o Brasileirão com o Corinthians há 22 rodadas. À frente do Grêmio desde setembro de 2016, Renato Gaúcho levou o tricolor às semifinais da Copa Libertadores. Competição em que dez dos últimos 17 trabalhos campeões foram iniciados pelo menos uma temporada antes da conquista e, nesta edição, tem como demais semifinalistas Marcelo Gallardo - à frente do River Plate desde junho de 2014 -, Jorge Almirón - no Lanús desde janeiro de 2016 - e Guillermo Almada - no Barcelona de Guayaquil desde junho de 2015.

Da Copa do Brasil à Libertadores, as histórias vão além da final.
E as dos times campeões, quase sempre, premiam a convicção.

Um comentário:

  1. Ser campeão é muito bom... com certeza a manutenção do trabalho do Mano foi determinante para o título, apesar dos vários problemas que apareceram no caminho... só falta agora o Cruzeiro jogar como Cruzeiro...
    #Pentacampeão

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