Por favor, sem chorumelas!

Salve, China Azul!

O que alguns de nós assistimos nesta quarta-feira foi um ultraje. Digo "alguns de nós", pois o horário absurdo impossibilitou muita gente de assistir o jogo entre Cruzeiro e Atlético Paranaense. Quem conseguiu se esquivar dos compromissos para dar uma conferida no jogo, deve ter ficado bastante frustrado com o começo apático do time. E a parte mais ultrajante, sem dúvidas, foi o palco do jogo, totalmente despreparado para receber qualquer partida de qualquer divisão de qualquer campeonato nacional deste planeta.

Ok. Concordo! Achei o campo ridículo, mas, mesmo assim, nada justifica a leseira com a qual o time do Cruzeiro entrou em campo. Os mineiros demoraram quase quarenta minutos para chutar a primeira bola em gol. Antes disso, caminhou em campo, aceitou a pressão e, com duas falhas bisonhas da defesa, permitiu que o Furacão abrisse dois gols de vantagem no placar. Foi preciso tudo isso para o Cruzeiro acordar. Era tarde? Nunca é tarde.

Não há desculpas para a falta de vontade. O campo era péssimo, mas era péssimo para os dois. Quando o Cruzeiro resolveu emparelhar na vontade, assumiu o controle do jogo, empatou e, por muito pouco, não saiu do Paraná com os três pontos. Que isso sirva de lição, amigos. O Cruzeiro não pode jogar por jogar. Precisa se impor. Precisa, pelo menos, jogar seu futebol e não se apequenar e achar que a desculpa pronta vai salvar a pele toda vez.

Se perdermos um jogo para o gramado, o discurso estará pronto. Se Dedé for convocado e for ausência, também. Se fizer muito sol ou muita chuva, idem. Não pode ser assim. Não dá para entrar em campo achando que o jogo está ganho, mas é pior ainda entrar achando que já está perdido. Não há razão nesse mundo para que um time de futebol, ainda mais da grandeza do Cruzeiro, aceite o destino apenas por um fator.

Então, Cruzeiro, não me venha com chorumelas. Se for para perder, que seja tentando. Perder na véspera e procurar desculpa para o fracasso, antes mesmo de tê-lo provado, não cabe.

Força, Cruzeiro!

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