Tudo isso, aliado à visão brasileira de
que clubes sul-americanos só ganham de seus rivais brasileiros quando apelam
para artifícios extra-campo, gerou a certeza de que a vitória das equipes
brasileiras sobre os rivais sul-americanos é algo muito natural, e que só
fatores extra-campo poderiam impedir a supremacia "brazuca" na Libertadores.
Pois bem. Chegamos às quartas de final
do maior torneio continental com apenas duas equipes com chances de chegar ao
título. O que nos deixa com duas opções: ou os vizinhos se uniram para nos
derrotar com artifícios absurdos, ou nosso futebol não é tão bom como
pensávamos.
A favor do primeiro argumento só existem
os erros de Amarilla no Pacaembu. O São Paulo foi eliminado por outra equipe
brasileira, o Palmeiras nem conseguiu se manter na primeira divisão do Brasil,
e o Grêmio jogou muitíssimo mal contra os colombianos do Santa Fé.
Talvez seja a hora de começarmos a
repensar o futebol brasileiro. Um país em que os clubes têm
receitas milionárias, mas frequentemente as usam para pagar fortunas a
jogadores comuns. Possivelmente o melhor exemplo seja o Grêmio, com sua
comissão técnica muito inflacionada e seu elenco repleto de nomes conhecidos,
muito bem pagos, mas pouco efetivos.
O contraponto ao Grêmio poderia perfeitamente
ser o Atlético. Com seu técnico tido como derrotado e jogadores que até pouco
tempo não despertavam o interesse de ninguém, o Galo montou uma equipe que joga
o melhor futebol fora do continente europeu. Pode perder a Libertadores, mas
empolga seu torcedor e os amantes do futebol como nenhum outro esquadrão
sul-americano.
O futebol brasileiro aprendeu a
arrecadar dinheiro. Falta aprender como gastar. Uma opção é a do Grêmio: pagar
caro por nomes comuns. A outra é a do Atlético: montar boas equipes que podem
se transformar em grandes quando recebem reforços de peso e que fazem a
diferença. Resta ao nosso país decidir o modelo vigente.
O meu é por um Brasil com menos grêmios, que é meu time do coração, e por mais atléticos.
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