Zagueiro, de 1,92m, se emociona ao
recordar o gol decisivo
marcado na final da Copa
Libertadores: 'como se fosse hoje'
Vinícius Dias
A partida diante do Guangzhou Evergrande, neste sábado, no Marrocos, traz o fim de um ano especial. As
memórias remetem ao dia 24 de julho. Quando o clima de drama já invadia o
Mineirão, a bola alçada pelo jovem Bernard encontrou a testa de Leonardo Silva,
antes de lentamente tocar as redes defendidas por Martín Silva. O gol, aos 41
minutos do segundo tempo da decisão contra o Olimpia, que manteve vivo o sonho da
conquista da Libertadores 2013, foi, talvez, o momento mais importante da
carreira do zagueiro, de 34 anos.
Léo Silva: herói à altura da história (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
"Fica
a sensação de dever cumprido, de poder ter ajudado um clube tão importante, uma
torcida maravilhosa", afirma, emocionado, ao se lembrar do lance.
Personagem-chave das últimas duas temporadas, que valeram uma reviravolta na
história do clube, de volta ao posto de protagonista, ele vive a melhor fase da
carreira. "Espero dar continuidade", diz. 2013 se despede, traz
novos sonhos e deixa uma certeza. Em dois-mil-e-Galo, Leonardo Silva foi forte
e vingador!
O título do Atlético na Copa
Libertadores foi cercado de heróis. O goleiro Victor, que defendeu, com o pé
esquerdo, pênalti cobrado por Riascos. Guilherme, na vitória sobre o Newell's.
E, claro, você. Lembrar do gol sobre o Olimpia, já nos minutos finais, te traz
qual tipo de emoção?
Fica
a sensação de dever cumprido, de poder ter ajudado um clube tão importante, (que tem) uma
torcida maravilhosa. A mesma sensação de como se o jogo fosse hoje, de como se
eu estivesse fazendo o gol hoje. Então, a emoção é a mesma, da lembrança de
poder ter feito um gol tão importante.
Durante a trajetória da
Libertadores, você viveu momentos muito distintos. Desde a lesão, que te fez
desfalcar a equipe, àquele gol marcado na histórica final, e passa pelo pênalti
cometido no duelo com o Tijuana. Qual foi a sua reação no momento em que o
Victor fez aquela defesa?
A
sensação de agradecimento, por ter feito uma defesa que nos manteve na
competição. Uma sensação de alívio, de poder continuar na competição, de não
ter sido responsável direto por uma eliminação. Não tive medo (de ser
considerado culpado), mesmo sendo uma situação natural, tanto das pessoas, como
da crítica, de todos. Eu estava, assim, não com medo, mas ciente da
responsabilidade que isso poderia causar.
Você chegou ao Atlético, em 2011, no começo da gestão do
Kalil. Naquele ano, os resultados ficaram aquém das expectativas - e o time
lutou contra o rebaixamento. Em 2012, a conquista 'bateu na trave'. Qual foi a
principal mudança, para que o clube chegasse ao título da Libertadores?
Foi uma fase de transição,
onde saíram e chegaram muitos jogadores. Acho que desde o momento em que se
manteve o elenco, uma base, um padrão na equipe que estava jogando, a gente
começou a se conhecer, a se identificar. Cada atleta começou a conhecer o outro
e a se identificar também com o esquema que o Cuca implantou, com a nossa
maneira de jogar.
Então, acho que isso foi
muito importante. De 2011 para 2012, mesmo a gente brigando para não cair, a
base do grupo foi praticamente mantida. Chegaram alguns jogadores que
reforçaram a equipe, então acho que isso foi importante para que a gente
pudesse ter um padrão tático como equipe e conhecimento, para que pudéssemos
fazer um bom ano.
É impossível citar as duas últimas temporadas, que
significaram a reviravolta na história do Atlético, que voltou a brigar por
grandes títulos e a contratar grandes nomes, sem falar em Leonardo Silva. Na
sua visão, a passagem pelo clube traduz o melhor momento da sua carreira?
Sim. É uma continuidade.
Eu venho em um bom momento desde 2008. E desde quando eu cheguei ao Atlético a
minha carreira também deslanchou. Então, acho que eu devo muito ao Atlético
pelo apoio que me deu, por ter me recebido tão bem, por ter me dado a estrutura
para poder trabalhar e mostrar o meu trabalho dentro de campo. Então, eu vivo,
sim, o melhor momento da minha carreira nesses três anos. E espero dar
continuidade.
Se você pudesse apontar um personagem, o principal
responsável pelo bom momento do Atlético, qual seria?
É difícil. Porque, como
você disse no início, é um grupo em que vários se destacaram. Claro que desde a
chegada do Ronaldinho muita coisa mudou no Atlético Mineiro, tanto o
reconhecimento da crítica, como dos torcedores. Mas eu acredito que o nosso
grupo, em geral, desde o presidente, o jogador que menos joga, ao porteiro,
todos têm uma parcela de contribuição para esse momento.
Então, acredito que ao
dar apenas um nome eu serei injusto com os demais. Eu posso deixar de falar de
alguém que também foi importante lá no começo, para que a gente pudesse chegar
a uma vitória, a uma conquista. Então, em minha opinião, o grupo todo, em
geral, foi o grande destaque dessa temporada do Atlético Mineiro.
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