Vinícius Dias
Dobro de posse de bola, quatro vezes mais finalizações e quase um
jogo de um time só, nessa quarta-feira, no Mineirão. Mas a vaga nas quartas de
final da Copa Libertadores é do outro time, o Jorge Wilstermann. O Atlético
jogou como sempre - 43 cruzamentos, apenas seis certos, de acordo com o Footstats, confirmam isso - e tropeçou
como o torcedor se acostumou a ver. Caiu Roger Machado, caiu no Horto, caiu no
Mineirão, e o jejum em casa chega a 39 dias. Com o pior cenário possível para
os atleticanos, o confronto fez jus ao rótulo de um ano em 90 minutos.
O time comandado por Rogério Micale começou pressionando e
buscando a superioridade pelos lados, especialmente pela direita, com Marcos
Rocha e Luan. Mesmo diante de um adversário que chegou ao Mineirão com apenas
13% como visitante, o gol não veio e o Atlético foi se desorganizando.
Primeiro, a velocidade na troca de passes esbarrava em decisões erradas.
Depois, a circulação da bola tinha pouca objetividade em mais um jogo com
estrelas escondidas. Na etapa final, embora os bolivianos sequer ameaçassem em
contra-ataques, muitos cruzamentos e poucas ideias.
Robinho: fracasso em pleno Mineirão (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Fracasso dentro de campo, com duas eliminações em apenas 15 dias,
falta de tato fora dele. No discurso do presidente Daniel Nepomuceno, é
obrigação do Atlético chegar ao G6 do Campeonato Brasileiro e disputar a
próxima Libertadores - assim como era inadmissível perder o título na última
temporada - e a receita do sucesso passa pela volta às características.
Características, ou estilo 'Galo Doido', que ele mesmo preteriu ao demitir o então
vice-líder Levir Culpi, em 2015, contratando Diego Aguirre e, mais
recentemente, Roger. Rupturas seguidas de rupturas.
Vexame, dúvidas sobre 2018 e uma certeza sobre o momento:
Hoje, o Atlético tem obrigações de mais e convicção de menos.
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