Alisson Millo*
Sabe
aquela história de que no Brasileirão todo jogo é decisão? Então. Pior para o
Atlético, que começou perdendo - terceira derrota seguida, em três jogos
decisivos, em três competições. Nesta quarta-feira, temos mais uma. Com todo
respeito ao Ferroviário, mas nessa decisão a preocupação passa longe. A vitória
por 4 a 0 no confronto de ida e a fragilidade do adversário devem assegurar a
classificação. Foco na palavra devem.
Não
dá para cravar porque é futebol, e você, meu caro leitor, já deve ter ouvido
milhões de vezes que ele é uma caixinha de surpresas. Mas, mais do que isso, o
Atlético vem jogando alguma coisa que até se assemelha ao futebol, porém é bem
feinho. Isso tudo depois de o diretor de futebol Alexandre Gallo, em algumas
ocasiões, ter afirmado que considerava o elenco desta temporada melhor do que o
de 2017.
Sette Câmara ao lado de Alexandre Gallo (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Quando
Gallo menciona que o grupo atual é mais qualificado, ressaltando a economia,
cabe a nós, torcedores, interpretar. E não é difícil ir muito longe para
imaginar que ele se refere, especialmente, às saídas de Fred e Robinho. De
fato, essas duas estrelas andavam com o brilho bem fosco e a saída de ambos
gerou um importante alívio nas contas do clube. Mas daí dizer que o time
melhorou? O campo prova justamente o contrário.
Melhor que 2017? Tem certeza?
Análise
simples de resultado e desempenho: no ano passado, uma hora dessas, o Atlético
tinha uma das melhores campanhas da fase de grupos da Libertadores e o título
estadual. Em 2018, tem o vice-campeonato em um Mineiro em que jamais mostrou
grande futebol - talvez nas semis contra o América - e uma derrota que pode ser
decisiva já na primeira fase da Copa Sul-Americana. Jornalista, por natureza,
não costuma ser muito bom de contas, mas contra números não há argumentos.
Elias ainda não emplacou no Atlético (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Agora,
vamos à parte que, particularmente, mais me chama a atenção. Se Fred e Robinho
perderam espaço por altos salários e pouco rendimento, por que jogadores que,
desde que chegaram ao clube jamais justificaram o investimento, têm presença
constante entre os titulares? Se você pensou no camisa 7, é dele mesmo que
estou falando. Contratado a peso de ouro, Elias nunca foi aquilo que se
esperava dele, mas aí está, prestigiado, mesmo com as boas apresentações de Gustavo
Blanco.
Treinador ou interino? Por quê?
Por
falar em escalações, Thiago Larghi segue como interino, mesmo estando à frente
do time há mais de dois meses. Larghi que deve, sim, ser criticado por
escolhas, no mínimo, questionáveis principalmente quando o assunto são as
substituições. Mas por que ele segue no cargo se não está pronto para tal? E,
se está, por que ainda não foi efetivado pela diretoria? Já que ainda não foi
oficialmente confirmado que ele é o homem de confiança da diretoria, por que
estão trazendo jogadores indicações por ele? O discurso de austeridade ficou
pra trás? Ou só dizia respeito a Fred e Robinho?
Larghi: bom início, mas já questionado (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Nada
contra Matheus Galdezani, por exemplo. Nada a favor também, para ser honesto,
mas as circunstâncias transformam a chegada dele em dúvida. Puxando pela
memória, as indicações do último treinador mais inflaram o elenco de peças
medianas do que resolveram, de fato, os problemas que tínhamos. Ricardo
Oliveira é titular, ok! Mas Samuel Xavier, Arouca, Roger Guedes e Erik nunca
caíram nas graças da torcida e, hoje, são reservas de jogadores que aqui já
estavam, como Patric, que até recentemente era tratado como dispensável e
estava emprestado.
Um calcanhar rumo ao insucesso
Se
vamos dar nomes aos bois, Roger Guedes merece menção especial. Você sabe bem os
porquês, mas vamos relembrar. A gota d'água foi o fatídico passe de calcanhar que custou, no mínimo, o empate com o Vasco. Digo no mínimo porque, nos pés de
alguém competente, o lance poderia resultar no gol da vitória do Galo. Mas o
imbróglio vem desde aquele show de horrores que ele protagonizou ao ser
substituído contra o Figueirense. No CT, discussão com Tomás Andrade. Contra o
San Lorenzo, ficou fora e se tornou 'assunto interno'. No domingo, protagonizou
o lance icônico.
Roger Guedes: vexame diante do Vasco (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Nas
redes sociais, logo após a derrota para o Vasco, Sette Câmara disse ter ficado
triste. Tristes estamos nós, desde o início da temporada, com a perspectiva
negativa em relação ao time. E o que deixa o torcedor mais descontente é saber
que pouco pode fazer a não ser ir ao campo e apoiar. O presidente pode fazer
muita coisa - inclusive, deve. Porque o 'patinho feio' realmente chegou à
final, mas perdeu e não tem convencido. E a maioria das críticas, pelo menos, é
justa. Ajudem-nos a ajudá-los!
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
CONCORDO...Temos que ajudar o Larghi, principalmente a identificar jogo de treino. O time entre em campo hoje em ritmo de treino, com 2 toques o tempo todo e esquece que do outro lado não estão treinando. Quando o atlético vai entrar no jogo? rapidinho o ano acaba, ai só Deus sabe como.
ResponderExcluirBasta colocar o time pra frente. Toda vez que fez retranca, parecendo time do interior, levou cassetada.
ResponderExcluirSobre treinamento é preciso dispensar uma atenção especial ao Patric,jogador que se dedica em campo,incansável e pelo visto um profissional correto.Esse jogador deveria fazer treinamentos específicos,e se o fizerem dentro de 60 dias teremos um grande lateral.
ResponderExcluir