Você se foi? Não importa! O Cruzeiro é maior!

Douglas Zimmer*

Quando uma criança sonha em ser jogador(a) de futebol profissional, o que ela mais deseja caso o sonho se torne realidade? Fama? Dinheiro? Ganhar a vida com aquilo que mais ama? Títulos? Reconhecimento? Ser ídolo de uma grande torcida? Defender a seleção do seu país? Acho que, entre outras coisas, todas essas perguntas podem ser respondidas com um sonoro 'sim'. Mas, para algumas crianças que crescem e atingem o tão desejado status, todos esses privilégios não são o suficiente.


Antes de tudo, para mim, não há comparação entre jogadores de futebol e as profissões tradicionais. O esporte mais praticado do mundo, apesar de assim parecer, não é só negócio. O futebol nosso de cada dia mexe com emoção, paixão, nos tira o sono, nos faz sonhar, mas, acima de tudo, envolve amor. O amor por seu clube, sua seleção, pelo time do bairro, enfim, tudo o que esteja relacionado ao esporte. Em contrapartida, apesar desses sentimentos, muitas vezes somos expostos a situações indigestas que transformam o que era uma bela história em ressentimentos e mágoas.

Camisa 10 deixou o clube celeste
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Não cabe a mim julgar os motivos que levaram um dos principais nomes de nossa história recente a sair da Toca da Raposa II pela porta dos fundos. Certamente uma proposta de aumento salarial tão expressiva mexe com quase todo mundo. Às vezes, o profissional vê a oportunidade de atingir um patamar nunca antes imaginado e esquece rapidamente tudo o que foi construído de forma recíproca, honesta, suada e vitoriosa ao lado de outrem - no caso, milhões de cruzeirenses. Quando as cifras saltam aos olhos, tudo perde a importância e palavras viram apenas palavras.

Três despedidas e algumas lições

Vida que segue, evidentemente. Jogador nenhum é maior que o Cruzeiro. No fim, o que fica é sempre a imensa torcida, que jamais abandonará suas cores e aprenderá, dia após dia, a não venerar qualquer um que a encante com belas jogadas, gols importantes e palavras vazias. Vida que segue, inclusive, com as saídas de Sóbis e Mancuello. O primeiro, mesmo longe de ser unanimidade, sempre deixou seu máximo dentro de campo. O segundo, apesar de massivamente criticado pelo torcedor, inclusive este que vos fala, também deixou o clube sem arranhar sua imagem.

Mancuello se transferiu para o México
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Espero que todos tenham aprendido um pouco com essas histórias, que, particularmente, me surpreenderam. Quanto a mim, vou procurar idolatrar quem demonstrar absoluto respeito com a instituição Cruzeiro Esporte Clube. Quanto às demais partes envolvidas, torço para que não cometam os mesmos erros daqui para frente. Não cabe bem a um profissional que um dia foi criança, sonhou em ser jogador de futebol, ser ídolo de um grande clube, negar a idolatria de tantas crianças que viam nele um exemplo. Vida que segue. Vidas que se separam. E o Cruzeiro segue maior.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

6 comentários:

  1. Muito bom. Mas os times tem que abrir a caixa preta das transações e dívidas. E nós contratos tem haver multas pesadas para comportamentos que ferem a imagem da instituição e prejuízos a ela.

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  2. E muito complicado....falam de contratos 3 anos 5 anos e nao vale nada.Simplismente desaparece e o contrato nao vale.Tem que fazer alguma coisa,

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  3. Cruzeiro Esporte Clube minha paixão! Jogadores, vem e vao!!!

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  4. JOGADOR, PRECISA DAR PELO MENOS UMA DESSAS DUAS COISAS PARA UM TIME, "TÍTULO OU DINHEIRO". ARRASCAETA DEU O DOIS. VÁ EM PAZ.

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  5. " Quanto a mim, vou procurar idolatrar quem..." Idolatrar? Ainda mais jogador de futebol!!?? Para com isso, rapaz!! Não se idolatra ninguém ou qualquer coisa...com pena de se perder o próprio respeito, a auto-estima a noção do ridículo e se tornar um fanático! Consulte o verbete "idólatra" no dicionário e saia dessa furada.

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  6. O amor pelo clube é coisa do passado, a princípio fiquei muito magoado com este atleta, mas depois pensando bem, se eu estivesse no lugar dele...entretanto se houve erros, não foi só dele, acredito que nosso diretor também não soube conduzir as negociações, tanto é verdade que a negociação acabou se fazendo por outras pessoas...funcinário em qualquer empresa quando deseja sair não tem jeito..faltou "pedigree e saber usar black tie tanto ao diretor , empresário e ao jogador, eternamente zeroooooooooo.....

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