A greve atleticana: de futebol ou competência?

Alisson Millo*

Otero já se despediu. Sorte dele. Não teve que jogar contra o Sport, nessa quarta-feira. O Atlético parecia um time juvenil. Repetindo erros infantis, conseguiu virar na Ilha do Retiro e, ainda assim, perdeu por 3 a 2. O Galo teve a liderança do Campeonato Brasileiro nas mãos em duas oportunidades e deixou escapar por bobagem. Talvez seja a cabeça cheia pela recente derrota na Arena Independência, mas a paciência está quase acabando. Greve de futebol ou de competência? Qual é o problema?


Se você já jogou algum simulador de futebol, certamente sabe o que o time do Atlético está vivendo. São milhões de finalizações, domínio, pressão e resultado negativo ao fim dos 90 minutos. Caso você nunca tenha jogado Fifa, Football Manager ou o clássico Elifoot, procure Celtic x Barcelona, de 2012, e entenderá. Parece um jogo em que a máquina decide que você não fará gol e nem vencerá o adversário de forma alguma. No Galo, a máquina parece que nunca nos deixa ganhar. E olha que ainda fizemos dois.

De (re)virada: Galo caiu em Recife
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Mas voltemos ao assunto Otero. Por mais que não fosse unanimidade entre a torcida, é um jogador que fará falta. O cotado para substituí-lo é Denílson, do Vitória. Atacante de lado de campo, uma aposta, mais uma em que a diretoria jogará a responsabilidade de conquistar o Brasileirão. Se for para apostar, dê chances ao Bruno Roberto mesmo sem ele estar preparado. Faça como fizeram com Alerrandro. Provavelmente, o Denílson é a reposição à altura que o diretor de futebol prometeu. Esperar o que de quem pensava 24 horas em Rithely e tirou Galdezani da reserva do Coritiba?

Queremos reforços, não apostas!

Quanto ao Thiago Larghi, ninguém sabe se vai ficar mesmo. Nem a própria diretoria deve saber. Mas o interino já deixou claro que o time precisa de reforços. Se o nível for esse, melhor economizar. De gastos desnecessários, já bastam Erik e Arouca, que vieram do Palmeiras e estão aí treinando muito e jogando pouco. A gente até faz força para entender a austeridade do presidente, mas sem elenco nenhum clube vai para frente. O treinador olha para o banco e vê um monte de garoto e um ou outro medalhão que já provou que não dará certo com a camisa do Atlético.

Larghi tem pouco a fazer com banco
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) 

A intenção era que essa crônica fosse, digamos, um pós-jogo. Mas o que falar de uma partida em que o time jogou por 15 minutos? Saiu atrás, teve a sorte de sofrer apenas um gol no primeiro tempo, voltou mais ou menos e pressionou até virar, com muito suor. Depois, sofreu a reviravolta em três minutos. O que isso prova? A velha máxima de que 'quem não faz, toma'. E, como já lamentei acima, parece que o Atlético nunca fará.

Depois da derrota para o Flamengo, vi - e ri de - um meme de um torcedor perguntando se era possível ficar na primeira divisão com apenas 13 pontos. Não acredito que o Galo vá cair. Primeiro, porque há muito time pior. Segundo, porque nem estamos tão mal assim. Mas temos muito a melhorar antes de sonhar com qualquer coisa neste Brasileirão. Ajudem-nos, diretoria, jogadores e comissão técnica. Queremos rir sem medo.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Galo x Corinthians: FA vai invadir o Mineirão

Alexandre Oliveira*

Em meio ao imbróglio sobre a sequência do Campeonato Mineiro, o Galo Futebol Americano já tem um compromisso marcado para o mês de junho: trata-se do Super Bowl 98, uma parceria entre a Rádio 98 FM e a Brasil FA. Sendo assim, no dia 10 acontece a partida entre Galo FA e Corinthians Steamrollers. O palco do jogo não poderia fazer mais jus ao grande clássico do futebol que agora chega ao FA: o Mineirão.


O Galo vem sob o comando de seu quarterback Álvaro Fadini, também jogador da seleção brasileira da modalidade. Álvaro é o atual QB campeão brasileiro, já que era atleta do extinto Sada Cruzeiro Futebol Americano, equipe que venceu a última edição do Brasil Bowl.

Galo está invicto nesta temporada
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Apesar de ser um confronto preparatório, Álvaro não terá vida fácil para transpor a linha defensiva da equipe paulista. O Corinthians Steamrollers é o terceiro colocado do grupo B do Troféu Bes SPFL 2018 - campeonato paulista da modalidade - e já tem vaga garantida na próxima fase da competição. O Timão coleciona quatro vitórias em cinco partidas.

Elenco apresentado ao torcedor

No último sábado, antes do jogo entre Atlético e Flamengo, o Galo Futebol Americano apresentou seu elenco à Massa atleticana na Arena Independência. Os jogadores animaram a torcida antes do duelo pelo Campeonato Brasileiro. Em entrevista à TV Galo, o coach Cassiano Hipólito exaltou força da torcida do Atlético. "Realmente é uma torcida diferenciada. Uma torcida que tem amor, que nos recebeu bem e, com certeza, estará conosco na luta. Venha curtir o futebol americano, porque é um esporte extremamente técnico, bonito, organizado e, principalmente, disciplinado".

Elenco foi apresentado no sábado
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Esse será o terceiro jogo de futebol americano no Gigante da Pampulha na história. Em junho de 2016, o Mineirão recebeu a final do Campeonato Mineiro entre Minas Locomotiva e Get Eagles: cerca de 8,7 mil torcedores marcaram presença para acompanhar a decisão, vencida pelo Locomotiva. Já no ano passado, a seleção brasileira recebeu a Argentina em amistoso que terminou com triunfo do Brasil Onças por 38 a 0.

*Jornalista. Fã de Futebol Americano. Siga: @alexolivertos.

Com gol, Santos vira maior vítima de Bruno Silva

Da Redação

A cabeçada certeira de Bruno Silva aos 30 minutos da etapa final garantiu ao Cruzeiro os três pontos diante do Santos, no último domingo, no estádio do Pacaembu. Mais do que isso: o gol da vitória por 1 a 0, primeiro com a camisa celeste, transformou o Peixe em principal vítima da carreira do volante, de 31 anos. Três dos 32 tentos como profissional foram assinalados em confrontos contra o clube alvinegro.

Volante fez primeiro gol pela Raposa
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

"Tive uma passagem positiva pelo futebol paulista defendendo as cores da Ponte Preta e em duas oportunidades pude vencer o Santos marcando um gol: no Paulista de 2013 e outro em 2015. Agora veio esse terceiro gol e a curiosidade de sempre ir bem diante deles", afirma Bruno Silva, Antes, o Peixe estava ao lado de Linense, Fluminense, Atlético/MG, Portuguesa/RJ, Vitória, Bahia e da própria Ponte Preta, vítimas por duas vezes.

78% de aproveitamento no clube

Uma das principais contratações do Cruzeiro para esta temporada, o meio-campista já entrou em campo 14 vezes. Nas partidas, o clube celeste contabilizou dez vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 78,6% de aproveitamento. "Sou um jogador experiente, estou disputando pela nona vez a Série A. Quero retribuir todo o investimento que o Cruzeiro fez em mim e construir uma bonita história no clube", destaca.

Atlético e Cruzeiro no top 20 mundial de jogos

Vinícius Dias

Rivais nos gramados mineiros, Atlético e Cruzeiro aparecem quase lado a lado em um incômodo ranking: o de clubes que mais jogaram no mundo nos últimos dez anos. De acordo com levantamento realizado pela Pluri Consultoria, o alvinegro está em 18º lugar, tendo disputado 648 partidas oficiais entre 2008 e 2017. Com 639, a Raposa ocupa a 20ª colocação. O top 10 é formado exclusivamente por brasileiros.


Entre os 50 clubes que mais vezes entraram em campo no período, 28 são do Brasil. Na liderança do ranking está o Internacional, que acumulou 713 jogos. Da Série A, as exceções são América e Chapecoense. Por outro lado, a Europa conta com apenas 11 representantes, de quatro países. O multicampeão Barcelona, quem mais jogou no Velho Continente entre as temporadas de 2008 e 2017, ocupa a 29ª posição, com 593 atuações.

Rivais somaram 1.287 jogos no período
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

"Esse ranking dominado por brasileiros reflete o impacto dos estaduais, que respondem por 25% dos jogos do nosso calendário, resultando em uma média de 20 jogos a mais para os nossos clubes em relação aos europeus. Jogos esses de nível técnico e comercial mais baixo, resultando em desinteresse do público e parceiros comerciais. Um verdadeiro jogo de perde-perde", analisa o economista Fernando Ferreira, diretor da Pluri.

Atlético na média, Cruzeiro acima

Mesmo eliminado das copas Sul-Americana e do Brasil, o Atlético manterá a média de 64,8 jogos por ano registrada entre 2008 e 2017. Somando as 31 rodadas restantes do Brasileirão, o time alvinegro fechará a temporada com 65 partidas. Já o Cruzeiro, que teve média de 63,9 no período, disputará entre 65 e 79 jogos - em caso de nova final da Copa do Brasil, conquista da Libertadores e chegada à decisão do Mundial.

(Créditos: Pluri Consultoria/Divulgação)

Lição ao Galo: sobrará tempo, mas falta elenco

Vinícius Dias

Escanteio para o Atlético que se transformou em contra-ataque do Flamengo, falha de Emerson, oferecendo a Vinícius Júnior tempo e espaço para conduzir a bola e encontrar Éverton Ribeiro frente a frente com Victor. Gol da vitória do desfalcado time rubro-negro, aos 34 minutos da etapa final, na Arena Independência. Do lado alvinegro, a primeira derrota em semana livre nesta temporada, tendo mais posse e incomodando mais, custa a liderança do Campeonato Brasileiro e expõe as limitações do elenco.


Porque as eliminações prematuras na copas Sul-Americana e do Brasil, paradoxalmente, oferecem a rara oportunidade de aprimorar conceitos no calendário brasileiro. Dos 31 jogos restantes, 14 serão antecedidos por semanas completas de treinos. O que também significa a chance de reduzir, física e coletivamente, a distância para os favoritos - Corinthians, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Santos, por exemplo, já estão classificados às oitavas da Libertadores e às quartas da Copa do Brasil.

Sem Ricardo Oliveira: Alerrandro foi mal
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Mas, mais do que de tempo, as ideias dependem de peças. Na ausência de Ricardo Oliveira, as lágrimas de Alerrandro ao ser substituído indicam o tamanho da pressão que não deveria ser de um garoto de 18 anos. Na lateral-esquerda, não há reserva imediato para Fábio Santos. No meio-campo, com Cazares aberto pela direita e mal no sábado, a falta de ideias levou o Atlético a fazer seu jogo com mais cruzamentos na era Thiago Larghi: 49 ao todo, 39 deles errados, de acordo com o Footstats.

O revés e a perda da liderança deixam uma lição ao Galo:
Até o fim do Brasileirão, sobrará tempo, mas falta elenco.

Para o Cruzeiro, o Brasileirão começa agora!

Gustavo Vaz*

Do Mineiro ao Brasileirão, da Copa do Brasil à Libertadores. Diante de um calendário que caminha na contramão do desenvolvimento do futebol, elencar prioridades se torna uma das atividades essenciais para uma gestão estratégica de sucesso no futebol brasileiro. O momento certo para escalar o time reserva, o jogo pontual para poupar este ou aquele jogador. Intensidade, tática, estratégia. Aquele pique no fim da partida, um carrinho para tirar uma bola. Qual é o momento certo?


Desde o pontapé inicial da temporada até o momento atual, o Cruzeiro se deparou com situações em que as ponderações de valores e a necessidade de optar por prioridades se fizeram extremamente presentes, ainda que o desagrado de parte da torcida fosse iminente. Foram momentos em que os dilemas envolvendo atuações e necessidades fundamentais da equipe vieram à tona, fazendo com que a comissão técnica tomasse medidas importantes para a estabilidade da equipe na temporada.

Cruzeiro segue vivo em três frentes
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Certo de que em alguns momentos iríamos derrapar, tenho a certeza de que não há futebol que se sustente em maratonas de jogos de alto desempenho. Diante disso, ainda que impopular, foi extremamente justificável escalar a equipe reserva para enfrentar o clássico mineiro em meio ao primeiro jogo fora de casa na Copa do Brasil e à última partida da fase de grupos da Libertadores, por exemplo.

Um dia da caça, dois do caçador

Ainda que o Cruzeiro tenha amargado uma derrota para seu maior rival, naquela oportunidade, o time chegou perto de levar ao menos um ponto para a Toca, de igual para igual, em detrimento de uma virada importante no Paraná e uma classificação heroica na ponta da competição continental. Um dia da caça, dois dias do caçador.

Sassá e Lucas Silva: dupla libertadora
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Agora, o foco é outro. Com a paralisação das competições para a Copa do Mundo, teremos a oportunidade de concentrar as energias no Campeonato Brasileiro. São seis jogos a serem disputados, 18 pontos a serem batalhados. Chegou a hora de buscarmos, em terras nacionais, uma gordura considerável a ser bem aproveitada quando a rotina voltar com máxima intensidade. No melhor dos cenários - com classificações nas Copas -, não será raro ver os reservas em campo lutando contra times bem estruturados.

O sentimento não poderia ser outro, senão otimista. Um time forte, que lutou à altura de conquistar a liderança do 'grupo da morte' da Libertadores, não pode ter dificuldades em deixar para trás uma posição mediana no Campeonato Brasileiro. Quem almeja grandes objetivos se sujeita a grandes desafios. Sem dúvidas, estamos prontos para o que der e vier.

Hoje, Cruzeiro, largo tudo pra te ver! Afinal, estamos falando de prioridades.

*Advogado, convidado da seção Fala, Cruzeirense!
Apaixonado pelo Cruzeiro. No Twitter, é @gubvaz.

FA: Cruzeiro volta, Galo e América deixam Mineiro

Vinícius Dias*

A decisão do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva que reverteu a exclusão do Cruzeiro Imperadores do Campeonato Mineiro de Futebol Americano ainda é assunto nos bastidores. Após a volta da equipe celeste, Galo FA, América Locomotiva e mais sete equipes - Pouso Alegre Gladiadores, Contagem Inconfidentes, Uberaba Zebus, Nova Serrana Forgeds, Piratas da Serra, Paraíso Miners e Betim Bulldogs - deixaram o estadual.

Galo e mais oito equipes de saída
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

Lamentando "um golpe no FA Mineiro", dirigentes das nove equipes oficializaram a saída, nessa sexta-feira, em nota conjunta. "A decisão surgiu pelo entendimento que, acima de qualquer interesse, está o regulamento do torneio citado, que foi discutido e votado por toda a diretoria da Federação Mineira de Futebol Americano - FEMFA". A nota também anuncia a criação de uma liga temporária no estado, a Ética Football League.

Entenda os bastidores do caso

Denunciado por inscrições irregulares, o Cruzeiro Imperadores havia sido excluído do Campeonato Mineiro de Futebol Americano em julgamento realizado no dia 17 de maio pela 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva. Na quinta-feira, ao analisar o recurso, o Pleno reverteu a decisão de forma definitiva, já que ainda não há STJD da modalidade. Com isso, a equipe celeste está garantida nos playoffs.

Mandado de garantia é extinto

Após o anúncio das saídas, o presidente do TJD, Gustavo Lopes Pires de Souza, julgou extinto por perda de objeto um mandado de garantia impetrado pelo Get Eagles, equipe parceira do Atlético no projeto Galo FA. "Se a cada discordância com decisões federativas ou judiciais houver abandono nunca se chegará ao almejado profissionalismo", questiona no despacho deste sábado, ao qual o Blog Toque Di Letra teve acesso.

*Atualizada às 19h50

FA: exclusão do Cruzeiro é revertida pelo TJD

Vinícius Dias

O Cruzeiro Imperadores está de volta aos playoffs do Campeonato Mineiro de Futebol Americano. Denunciada por inscrições irregulares, a equipe havia sido excluída da competição em julgamento realizado no dia 17 de maio pela 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva. Na noite dessa quinta-feira, ao analisar o recurso, o Pleno reverteu a decisão de forma definitiva, já que ainda não há STJD da modalidade.

Cruzeiro disputará playoffs do estadual
(Créditos: Dan Costa/Cruzeiro Imperadores)

"O Tribunal Pleno acolheu nosso recurso e, dessa forma, pautado na estrita legalidade, modificou injusta decisão que excluía o Cruzeiro Imperadores do Campeonato Mineiro de Futebol Americano de 2018. A continuidade e estabilidade da competição devem sempre ser observadas em qualquer processo desportivo", destaca o advogado Louis Dolabela, responsável pela defesa celeste, ao Blog Toque Di Letra.

Thiago Larghi lidera aproveitamento pós-Cuca

Vinícius Dias

Defendendo a liderança do Campeonato Brasileiro, Thiago Larghi completará neste sábado, diante do Flamengo, na Arena Independência, seu 27º jogo à frente do Atlético. O fluminense, que chegou como auxiliar de Oswaldo de Oliveira, tem o melhor aproveitamento entre os oito técnicos que passaram pelo alvinegro após a saída de Cuca. Campeão da Libertadores e bi estadual, Cuca comandou o Galo entre 2011 e 2013.


Em 26 confrontos, entre Campeonato Mineiro, Copa do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro, Thiago Larghi soma 14 vitórias, seis empates e seis derrotas, com 61,5% de aproveitamento. O antecessor Oswaldo de Oliveira, por exemplo, deixou o cargo com 55%. Os piores números desde 2014 são de Rogério Micale, que permaneceu por apenas 13 jogos e somou 46,2% dos pontos disputados à frente do Atlético.

Interino, Larghi tem 61,5% no Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Em meio à alta rotatividade desde a saída do comandante da maior conquista da história do clube alvinegro, Thiago Larghi também já superou três profissionais em número de partidas: Paulo Autuori, Rogério Micale e Oswaldo de Oliveira. Na 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, a última antes da pausa para a Copa do Mundo, será a vez de ultrapassar Diego Aguirre, que disputou 31 duelos. O recordista é Levir Culpi, com 113.

Números à frente do Atlético - desde 2014:

Thiago Larghi (2018) - 26 jogos - 14v, 6e, 6d / 61,5%
Paulo Autuori (2014) - 23 jogos - 11v, 9e, 3d / 60,9%
Levir Culpi (2014/2015) - 113 jogos - 61v, 22e, 30d / 60,5%
Roger Machado (2017) - 43 jogos - 23v, 9e, 11d / 60,5%
Diego Aguirre (2016) - 31 jogos - 16v, 7e, 8d / 59,1%
Oswaldo de Oliveira (2017/2018) - 20 jogos - 8v, 9e, 3d / 55%
Marcelo Oliveira (2015) - 42 jogos - 18v, 14e, 10d / 54%
Rogério Micale (2017) - 13 jogos - 5v, 3e, 5d / 46,2%

Cruzeiro já garantiu R$ 9,3 mi na Libertadores

Vinícius Dias

Mais do que a liderança do grupo 5 e uma vaga nas oitavas de final da Libertadores, mantendo a escrita de jamais ter sido eliminado na fase de grupos, a vitória por 2 a 1 sobre o Racing, na terça-feira, no Mineirão, assegurou ao Cruzeiro uma premiação milionária. O clube celeste aguarda o sorteio, no dia 04 de junho, para conhecer seu adversário nos mata-matas. O confronto de volta ocorrerá em Belo Horizonte.


Com a classificação às oitavas de final, a Raposa terá direito a uma cota de US$ 750 mil - mais de R$ 2,7 milhões. A participação na fase de grupos já havia garantido US$ 600 mil por partida como mandante: ao todo, cerca de R$ 6,6 milhões. Com isso, a competição renderá aos mineiros pelo menos R$ 9,3 milhões. Em caso de conquista do tri, o valor acumulado chegará a US$ 10,8 milhões, o equivalente a R$ 39,3 milhões.

Oitavas de final pagarão R$ 2,7 mi
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Na comparação com a temporada passada, a premiação total distribuída na Libertadores teve aumento de US$ 4,9 milhões, cerca de R$ 17,8 milhões. Os beneficiados serão os quatro primeiros colocados. Até as quartas de final, as cotas foram mantidas. Para cada semifinalista, o acréscimo foi de US$ 100 mil, enquanto o campeão e o vice da principal competição da América do Sul tiveram os valores das premiações dobrados.

Premiação por fase - Libertadores:

Primeira fase - US$ 250 mil / R$ 910 mil
(Bônus/eliminação: US$ 50 mil / R$ 180 mil)
Segunda fase - US$ 400 mil / R$ 1,5 milhão
(Bônus/eliminação: US$ 100 mil / R$ 360 mil)
Terceira fase - US$ 400 mil / R$ 1,5 milhão
(Bônus/eliminação: US$ 100 mil / R$ 360 mil)
Fase de grupos - US$ 1,8 milhão / R$ 6,6 milhões
Oitavas de final - US$ 750 mil / R$ 2,7 milhões
Quartas de final - US$ 950 mil / R$ 3,5 milhões
Semifinais - US$ 1,35 milhão / R$ 4,9 milhões
Vice-campeão - US$ 3 milhões / R$ 10,9 milhões
Campeão - US$ 6 milhões / R$ 21,8 milhões

Cruzeiro compete, vence e gabarita o semestre

Vinícius Dias

Passe em profundidade de Robinho para Sassá, que cruza e vê Thiago Neves estufar as redes. Cruzeiro em vantagem logo aos dois minutos. Pressionando a saída de bola do Racing, quase ampliando aos 4', em enfiada de Thiago Neves para Sassá, deixando o quase de lado aos 10': roubada de bola e finalização certeira de Lucas Silva. Caminho aberto no Mineirão para a vitória por 2 a 1. Semestre gabaritado. Título mineiro, líder do grupo na Libertadores, em vantagem para decidir em casa na Copa do Brasil.


Sem Rafinha, Robinho teve mais uma oportunidade como titular. Depois de 15 minutos intensos e decisivos, o time celeste diminuiu o ritmo. Com mais posse de bola, laterais avançando simultaneamente e explorando os espaços deixados pelo próprio Robinho e por Arrascaeta na recomposição, além da atuação ruim de Lucas Romero, o Racing cresceu. Aos 27', cruzamento de Solari para Centurión, livre, descontar. Aos 39', passe de Lautaro Martínez para Solari nas costas da zaga e bola na trave.

Lucas Silva foi o melhor em campo
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Na etapa final, Mano Menezes reorganizou o Cruzeiro, que passou a controlar melhor os espaços. Os argentinos chegaram a ter mais de 60% de posse, com Lisandro López transitando bem entre as linhas, mas o jogo era menos acelerado. Os mineiros quase ampliaram aos 12', com Sassá finalizando para boa defesa do goleiro Musso. Com Rafael Sóbis, a Raposa fechava melhor o lado esquerdo. Centurión cara a cara com Fábio, aos 33', e Raniel de frente para o gol, aos 45', perderam as últimas chances.

Vitória do competitivo Cruzeiro, líder do grupo da morte.
O time de Mano Menezes gabaritou o primeiro semestre.

Cruzeiro e Latorre: reunião para definir o futuro

Vinícius Dias

Enquanto Arrascaeta vive a expectativa de disputar a Copa do Mundo, Gonzalo Latorre, personagem do acordo que trouxe o camisa 10 à Toca da Raposa II, em 2015, concentra as atenções na definição de seu futuro. Com apenas nove jogos na base, o ex-atacante das seleções sub-15 e sub-17 do Uruguai tem contrato até dezembro de 2019 com o Cruzeiro, que é cobrado na Fifa. A tendência é de que aconteça uma reunião em breve.

Atleta, de 22 anos, está fora dos planos
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, no início de maio, o próprio Latorre solicitou a Marcelo Djian um encontro para tratar do assunto e recebeu do diretor de futebol a sinalização de que ocorreria depois do dia 22 - nesta terça-feira, o time celeste disputa com o Racing a liderança do grupo 5 da Libertadores. Treinando em separado, o atacante não entra em campo desde novembro, no Campeonato Brasileiro de Aspirantes.

Proposta e rescisão recusadas

No começo desta temporada, Latorre foi alvo do Remo, mas priorizava o retorno ao Uruguai. As sondagens de Montevideo Wanderers, Danubio e River Plate, no entanto, não avançaram. Neste momento, nem mesmo uma rescisão está descartada - a antiga diretoria chegou a propor, mas não houve acordo. O uruguaio, que veio para o Cruzeiro pelas mãos do agente Daniel Fonseca, atualmente é representado por Pablo Rivero.

Otero e Murilo na mira de emissários no Horto

Vinícius Dias

A cerca de um mês da reabertura da janela de transferências para as principais ligas de Europa e Ásia, os clubes dos continentes retomaram os trabalhos de observação no mercado brasileiro. No sábado, por exemplo, representantes do Celtic, atual campeão escocês, e da Gestifute, empresa liderada por Jorge Mendes, agente de Cristiano Ronaldo, assistiram ao clássico entre Atlético e Cruzeiro, na Arena Independência.


O principal alvo era o meia Otero. O Uol Esporte noticiou o interesse de um clube árabe, confirmado pelo Blog Toque Di Letra. Além do venezuelano, no entanto, a reportagem apurou que o nome do zagueiro Murilo esteve na pauta de monitoramento. "No Atlético, foi na parte mais da frente. Do lado do Cruzeiro, da parte defensiva. Eles importam muito jogadores mais novos", ratificou uma fonte ligada aos emissários.

Meia e zagueiro são alvos de estrangeiros
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético/Rafael Ribeiro/Light Press)

Representante da Gestifute na região do Porto, o agente português João Camacho também teve a oportunidade de acompanhar o uruguaio Arrascaeta no Horto. Pré-convocado por Óscar Tabárez para a Copa do Mundo, o camisa 10 é alvo do futebol europeu. Nos bastidores, Jorge Mendes é apontado como intermediário de uma provável transferência, a exemplo do que ocorreu em 2014 com o zagueiro Wallace, atualmente na Lazio.

Escoceses enviaram coordenador

Quem também acompanhou o clássico foi Lee Congerton, coordenador da rede de scouting do Celtic, da Escócia. Antes de chegar ao clube, que disputará a próxima edição da Liga dos Campeões, o galês foi coordenador de scouting do Chelsea por sete anos, diretor técnico do Hamburgo e diretor esportivo do Sunderland. Assim como Camacho, Lee esteve na Arena Independência na companhia do agente brasileiro Giba Brasil.

A vitória do líder Atlético e o foco do Cruzeiro

Vinícius Dias

Troca de passes entre Cazares e Elias, bola chegando a Roger Guedes, dele para Ricardo Oliveira, que escora para o próprio camisa 23, com sorte, completar para as redes em meio à disputa com Manoel. Gol da vitória do Atlético, aos 16 minutos da etapa final, na Arena Independência, diante do time quase reserva do Cruzeiro. 13 pontos em seis rodadas, voltando à liderança do Campeonato Brasileiro após mais de dois anos e nove meses. Enquanto o rival acerta ao focar o duelo com o Racing, nesta terça-feira, valendo o primeiro lugar do grupo 5 da Libertadores.


O clássico começou com o time de Thiago Larghi no habitual 4-2-3-1, tendo Luan, Cazares e Roger Guedes na terceira linha. Do outro lado, Mano Menezes optou por escalar um 4-4-2 com Rafael Sóbis, mais uma vez apagado, e Raniel, que havia sido decisivo na virada sobre o Atlético/PR pela Copa do Brasil, à frente. O alvinegro ultrapassava os 70% de posse de bola, mas faltava profundidade para superar um sistema defensivo bem armado. O Cruzeiro controlava os espaços, mas, sem velocidade na transição, pouco ameaçava o gol defendido por Victor.

Roger Guedes marcou o gol alvinegro
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

O panorama mudou na etapa final. Já com Arrasacaeta na vaga de Rafael Sóbis, em uma tentativa de ganhar intensidade, o Cruzeiro teve Mancuello bem expulso aos dois minutos. Aos 7', Bruno Silva perdeu a chance de abrir o placar, frente a frente com Victor, após boa jogada construída pelo uruguaio. Aos 12', foi a vez de Murilo parar no camisa 1. O time celeste cresceu com dez, mas naturalmente cedia mais espaços. O alvinegro abriu o placar e poderia ter ampliado. Aos 19', finalização de Elias e bela defesa de Fábio. Aos 44', nova intervenção em cabeçada de Otero.

O Cruzeiro acertou ao rodar elenco e focar a Libertadores.
No clássico, vitória justa do Atlético, o líder do Brasileirão.

Alô, Atlético! O clássico é primeira divisão, tá?

Alisson Millo*

Você sabe a semelhança entre Barcelona, Juventus, Bayern, Manchester City e PSG? Todos foram campeões de seus países e conquistaram ou estão para disputar a decisão de uma copa nacional. Não querendo comparar o elenco do Atlético com esses, até porque nossos investimentos - e os dos adversários, diga-se - estão longe desse patamar, mas a mentalidade desses clubes é o que chama a atenção. Enquanto por lá a proposta é ser campeão de tudo quanto seja possível, aqui o desejo é um pouco diferente.


Após as eliminações, Nepomuceno dizia que o próximo título era 'obrigação'. Ouvia e me incomodava com essa palavra. Obrigação é lutar sempre. Neste ano, e possivelmente nos próximos de Sette Câmara, o Brasileirão é tratado com outro termo igualmente incômodo: obsessão. Claro, desde 1971 não ganhamos, batemos na trave várias vezes e isso magoa o atleticano, mas será que essa conquista é tão suprema a ponto de fechar os olhos para as demais? É justa a pressão sobre um elenco que, apesar de ter algumas ótimas peças, foi montado mais para corte de gastos do que conquistas? Certamente, prefiro apoiar jogo a jogo a adotar palavra de ordem.

Sábado é dia de o rival cair no Horto
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Agora, antes que seja colocada em prática a cartilha de xingamentos e bloqueio em redes sociais, vamos falar do que gostam de escutar: Campeonato Brasileiro. Estamos em terceiro, o G4 é realidade, e a liderança só não veio por critérios de desempate. Neste sábado, temos o Cruzeiro e contamos com o poder levanta-defunto de um clássico. Não que o Atlético seja defunto, mas, após duas decepções, um triunfo será bem-vindo. Uma boa sequência até a Copa é fundamental, e o emprego de Larghi está em jogo, já que o presidente espera a pausa no calendário para tomar uma decisão sobre o futuro do ainda treinador interino. Vá entender.

Manual para jog... ganhar o clássico

O clichê de clássico diz que não se joga, se ganha! Então, sábado é sangue no olho, pé na porta e, se for preciso fazer dois gols para valer um, é ir lá e fazer três. Que Otero fique longe de Edilson e faça treinos intensivos com Éder para voltar a ser a ameaça na bola parada que todo o Brasil vende, mas a gente sabe que é um pouco menos. Que Luan volte a ser notícia pela bola, não pelo contrato. Que a defesa dê menos sustos, o ataque fure retrancas, nossos vovôs-garotos tragam experiência, os jovens mostrem fome de vitória para se provarem em clube grande. E que o presidente fique longe dos microfones. Porque agora é primeira divisão. Ou ainda não?

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

O Atlético que poupa demais e joga de menos

Vinícius Dias

Cobrança de Roger Guedes por cima do gol de Jandrei, que já havia defendido a de Ricardo Oliveira. Bruno Pacheco para em Victor, Cazares empata, mas Rafael Thyere decreta a classificação da Chapecoense. 4 a 3 nos pênaltis, na Arena Condá, após 180 minutos de placar zerado e Atlético poupando futebol. Oito dias depois da eliminação na Copa Sul-Americana, com diretoria e comissão técnica optando pelo inexplicável: poupar quase todos os titulares contra o San Lorenzo, em casa, após usá-los na ida.


A partida no Oeste catarinense começou sem grandes chances. O Atlético ameaçou pela primeira vez aos 11 minutos, em falta cobrada por Otero. Aos 21', foi a vez de Ricardo Oliveira tentar de fora da área e parar em Jandrei. Àquela altura, os mineiros tinham mais de 60% de posse de bola, mas, a exemplo do duelo de ida, esbarravam na falta de repertório para superar o bem armado sistema defensivo da Chapecoense. Que levou perigo com Wellington Paulista, em cabeçadas aos 23' e aos 46'.

Galo esbarrou na falta de repertório
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

O time de Thiago Larghi voltou para a etapa final incomodando. Aos quatro minutos, Roger Guedes superou dois marcadores para obrigar Jandrei a fazer boa defesa. Aos cinco, foi Ricardo Oliveira quem quase abriu o placar após escanteio cobrado por Cazares. Aplicados, os donos da casa roubavam a bola, mas tinham dificuldade para colocar em prática o segundo passo da estratégia de Gilson Kleina: atacar com velocidade pelos lados. Canteros acertou o travessão aos 22', mas o placar ficou no quase.

Nos pênaltis, segunda eliminação atleticana em nove dias.
Porque a bola pune quem poupa demais e joga de menos.