Alisson Millo*
Começou
o ano para o Atlético. Oficialmente agora, não mais aquele time da Florida Cup.
Três jogos, quatro pontos e mais dúvidas do que respostas. Nossa esperança é de
que, em dezembro, todas essas dúvidas tenham sido resolvidas e 2018 termine
bem. Do jeito que todos queremos.
No
domingo, assistimos a uma grande vitória sobre o Democrata. Time titular,
placar construído em 20 minutos, ótima atuação de Elias e Cazares, sobretudo no
primeiro tempo, quando o Galo fez os 3 a 0. Serviu de teste também para Roger
Guedes e Arouca, que estrearam muito bem. Arouca foi uma grata surpresa, com
desarmes e qualidade nas saídas. Em um jogo, já atuou mais que em 2017 e deu
indícios de que foi um bom reforço.
Roger Guedes fez excelente estreia (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Nas
outras duas partidas, time reserva. Parte da preparação física para toda a
temporada. Um empate e uma derrota, mas, muito mais do que os resultados, o
desempenho de alguns atletas é o importante deve ser analisado para saber quem
tem qualidade o suficiente para brigar por posição e para ver quem não tem
qualidade para se destacar nem no estadual, teoricamente a competição de menor
nível técnico da temporada.
Elenco ainda precisa de reforços
Nesse
time, Danilo, Valdívia e Carlos provaram, mais uma vez, que os reservas
imediatos do Atlético não estão nem próximos do nível dos titulares. Será mais
um ano de rezas para Fábio Santos não se machucar, porque falta opção para a
lateral-esquerda. Carlos voltou do Inter, pouco fez lá e pouco mostrou em dois
jogos. Por falar em Internacional, Valdívia pode voltar pra lá, porque o valor
dos direitos é astronômico, ainda mais para um jogador de desempenho tão fraco
quanto o do Poko Pika.
Valdívia segue decepcionando no Galo (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Se a
derrota para o Vila Nova serviu para alguma coisa foi para ver Alerrandro e
Bruno Roberto. Os dois garotos entraram no segundo tempo e, juntos, criaram as
melhores chances no ataque, quase chegando ao empate. Talento não tem idade. No
Mineiro, avançam oito dos 12. Se não lançar esses talentos agora, sem pressão
por resultados, não lançaremos nunca ou queimaremos promessas. Se o sub-23 foi
fracasso, o estadual é a chance de revelar bons jogadores, com custo bem menor
que alguns renomados.
A
torcida quer conquistas e nem sempre entende - ou melhor, não liga muito - a
austeridade. Mas já ficou provado que estrelas não são sinônimo de
títulos. Pedaladas e currículos custam caro, às vezes se acham maiores que o
clube, mas não jogam sozinhos. Que fique aqui quem quer trabalhar, vencer, não
quem só tem discurso. A massa apoiará quem mostrar a raça que o atleticano
tanto gosta, independentemente de quantos grandes clubes tenha defendido ou
quantas Copas disputado.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
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