Alisson Millo*
Finalmente
fora do Z4, com uma grande vitória diante do São Paulo - a primeira fora de
casa - e o retorno de jogadores importantes, como Cazares e Luan. Esse é o
saldo do fim de semana do Atlético, positivo como há muito tempo não se via.
Mais na raça do que na técnica, em alguns momentos relembrando o bom espírito 'Galo Doido', os três pontos tiraram o time da incômoda posição no Campeonato
Brasileiro e deram um alívio para o treinador, que parecia estar com a
continuidade ameaçada.
Após duas derrotas, uma delas em casa, com um a mais, vencer era o respiro
necessário. Se não fosse bonito, e de fato não foi, que fosse eficaz. Rafael
Moura pouco tocou na bola, mas marcou na chance que teve. Alex Silva superou a
desconfiança e ainda deu carrinho, desarmando Pratto e evitando o que seria o
gol da virada tricolor. Ao substituir Carioca, que de novo ficou devendo, Ralph
foi o cão de guarda que faltava desde a lesão de Adilson. Rodrigão jogou poucos
minutos, mas afastou o perigo em bolas levantadas na área. Yago vem se
firmando. Se não for na técnica dos medalhões, tem que ser na raça de quem tem
o DNA do Atlético.
Atlético somou três pontos no Morumbi (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
De
certa forma, essa sempre foi a tônica do Galo. Com o coração na ponta da
chuteira se fez nossa história centenária e, em um momento de dificuldade como
o que o time se encontra, a volta às origens era o que faltava. Verbo usado no
presente porque ainda falta muito para o Atlético chegar a uma posição de
brigar por qualquer coisa significativa - e nenhum torcedor vai aceitar menos
do que muita entrega e uma boa colocação no final do Brasileirão. A porta do Z4
não é mais uma realidade aceitável e os jogadores precisam entender isso. O
Atlético nunca foi o time da soberba e do salto alto que alguns jogadores têm
mostrado.
De Libertadores a Copa do Brasil
Um
comportamento desse pode custar muito caro, por exemplo, na Libertadores. No
sorteio das oitavas de final, caímos contra o Jorge Willstermann, da Bolívia.
Em tese, adversário fácil, de pouca tradição. Mas, se o time entrar com o
pensamento de que ganhará a qualquer hora, vai sofrer como vem sofrendo. Que os
dois gols que levou do fraco Sport Boys, na Arena Independência, tenham servido
de lição. O jargão é antigo, mas nunca foi tão preciso: não existe mais bobo no
futebol. O sonho de mais um título continental pode se tornar realidade. Temos
qualidade e elenco para isso, falta entrega dentro de campo.
Galo bateu o Paraná na Copa do Brasil (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Tudo
o que foi falado sobre a Libertadores vale em dobro para a Copa do Brasil. Se o time reverteu a derrota diante do Paraná e conseguiu a classificação, ter
sofrido contra um adversário de Série B, com investimento muito menor, é motivo
para acender a luz amarela no Atlético. Por pouco o 'ganhar a hora em que
quiser' não custou ao Galo um de seus principais objetivos na temporada. Pela
frente agora o Botafogo, que, por mais que não viva sua melhor fase, tem bons
jogadores e pode complicar para o lado de qualquer time que se achar superior
ao que realmente é.
Título e exemplo vindos da base
Um
exemplo de trabalho bem feito, com a cara do Galo, está bem perto. O time
sub-20 acabou de ser campeão da Copa do Brasil da categoria, superando Vasco e
Flamengo na semifinal e na final, respectivamente. Principalmente no jogo
contra o cruzmaltino, em São Januário, quando o Galinho buscou a virada fazendo
dois gols nos acréscimos. Contra o rubro-negro, dois empates e título nos
pênaltis, brilhando a estrela de Cleiton, que defendeu três - qualquer
semelhança com Victor é mera coincidência. Com um elenco reduzido, os garotos
devem ser utilizados no time principal e, no mínimo, já provaram que têm sangue
nos olhos.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
blz fera
ResponderExcluirComo bom atleticano o time do São Paulo é fraco e não serve como parâmetro para a inconstância do nosso galo doido!!!
ResponderExcluir