A greve atleticana: de futebol ou competência?

Alisson Millo*

Otero já se despediu. Sorte dele. Não teve que jogar contra o Sport, nessa quarta-feira. O Atlético parecia um time juvenil. Repetindo erros infantis, conseguiu virar na Ilha do Retiro e, ainda assim, perdeu por 3 a 2. O Galo teve a liderança do Campeonato Brasileiro nas mãos em duas oportunidades e deixou escapar por bobagem. Talvez seja a cabeça cheia pela recente derrota na Arena Independência, mas a paciência está quase acabando. Greve de futebol ou de competência? Qual é o problema?


Se você já jogou algum simulador de futebol, certamente sabe o que o time do Atlético está vivendo. São milhões de finalizações, domínio, pressão e resultado negativo ao fim dos 90 minutos. Caso você nunca tenha jogado Fifa, Football Manager ou o clássico Elifoot, procure Celtic x Barcelona, de 2012, e entenderá. Parece um jogo em que a máquina decide que você não fará gol e nem vencerá o adversário de forma alguma. No Galo, a máquina parece que nunca nos deixa ganhar. E olha que ainda fizemos dois.

De (re)virada: Galo caiu em Recife
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Mas voltemos ao assunto Otero. Por mais que não fosse unanimidade entre a torcida, é um jogador que fará falta. O cotado para substituí-lo é Denílson, do Vitória. Atacante de lado de campo, uma aposta, mais uma em que a diretoria jogará a responsabilidade de conquistar o Brasileirão. Se for para apostar, dê chances ao Bruno Roberto mesmo sem ele estar preparado. Faça como fizeram com Alerrandro. Provavelmente, o Denílson é a reposição à altura que o diretor de futebol prometeu. Esperar o que de quem pensava 24 horas em Rithely e tirou Galdezani da reserva do Coritiba?

Queremos reforços, não apostas!

Quanto ao Thiago Larghi, ninguém sabe se vai ficar mesmo. Nem a própria diretoria deve saber. Mas o interino já deixou claro que o time precisa de reforços. Se o nível for esse, melhor economizar. De gastos desnecessários, já bastam Erik e Arouca, que vieram do Palmeiras e estão aí treinando muito e jogando pouco. A gente até faz força para entender a austeridade do presidente, mas sem elenco nenhum clube vai para frente. O treinador olha para o banco e vê um monte de garoto e um ou outro medalhão que já provou que não dará certo com a camisa do Atlético.

Larghi tem pouco a fazer com banco
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) 

A intenção era que essa crônica fosse, digamos, um pós-jogo. Mas o que falar de uma partida em que o time jogou por 15 minutos? Saiu atrás, teve a sorte de sofrer apenas um gol no primeiro tempo, voltou mais ou menos e pressionou até virar, com muito suor. Depois, sofreu a reviravolta em três minutos. O que isso prova? A velha máxima de que 'quem não faz, toma'. E, como já lamentei acima, parece que o Atlético nunca fará.

Depois da derrota para o Flamengo, vi - e ri de - um meme de um torcedor perguntando se era possível ficar na primeira divisão com apenas 13 pontos. Não acredito que o Galo vá cair. Primeiro, porque há muito time pior. Segundo, porque nem estamos tão mal assim. Mas temos muito a melhorar antes de sonhar com qualquer coisa neste Brasileirão. Ajudem-nos, diretoria, jogadores e comissão técnica. Queremos rir sem medo.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

7 comentários:

  1. Concordo com o Alisson. Sem elenco não dá mesmo.Não ganhamos nada nos últimos três anos.15, 16, 17. E em 2018 não vamos ganhar nada. Ainda bem que o ano já está acabando, faltam só 7 meses.

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  2. GIL COSTA
    31 de maio de 2018 às 08:25
    Não vamos nos iludir. Sem bons reforços não haverá milagres. A zaga do galo precisa de pelo menos um zagueiro que imponha respeito, pois essa que está jogando é uma zaga que chama gol. O elenco é limitadissimo e você olha pro banco e vê: Galdezani, Erik, Patric, Alerrandro e outros perebas. Estamos lascados. Pode ser que alguma coisa mude pra melhor, mas com essa também limitada e arrogante diretoria fica difícil.

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  3. brigar pra não cair, está será a retórica deste ano. pura ilusão acreditar que está diretoria queira mesmo brigar pelo titulo

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  4. Verdade Alisson. Importante ressaltar que o penal não ocorreu, se fosse a nosso favor duvido que o juiz (ou o bandeira) marcaria. Mas o fato é que precisamos de reforços. Precisamos estar na Libertadores'19 de qualquer forma. Uma vez até morrer!

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  5. REalmente o time precisa de reforços ,mas o time está muito bem treinado e se analisarmos mesmo nas partidas que perdemos jogamos melhor porem por falta de um atacante matador ou até por falta de sorte não tivemos sucesso. acho que ainda estamos no pareo.

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  6. Infelizmente esse ano é torcer prá não cair, pois o elenco é muito limitado. Sem zaga, laterais e um ataque que não faz gol.

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  7. Alisson o problema do Altet6ico parece ser falta de competência, seja de Diretoria, elenco , comissão técnica. vejo a falta desse atributo em todos os setores.
    Quanto à diretoria, trouxeram um monte de jogadores, alguns sabidamente sem condições de agregar qualidade ao time, se o momento não permite gastos vultosos e é de contenção de despesas, essas contratações de jogadores só pode revelar incompetências.
    Qu8nato ao elenco vimos em várias partidas , um time que não tem qualidade criativa no meio de campo ´we é incapaz de superar sistemas retrancados , além de perder gols quase feitos. o que isso demonstrar se não incompetência.
    quanto à Comissão Técnica , em várias partidas as substituições resultaram em piora do time - erro crasso. Além disso, após cinco meses o sistema defensivo do time parece que entra em campo dormindo e mantendo a postura de quase cinco anos de ser uma das piores defesas do times que disputam a séria A. será que há competência aí. Está duro de aguentar a situação do Atlético em 2018.

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