Perdoe-me, Patric! Eu errei...

Alisson Millo*

O objetivo dessa crônica não é jogar pra cima, nem comentar o resultado do jogo de quarta-feira, tampouco é uma 'cornetada'. Uso o espaço para um pedido de desculpas. Em nome de toda a torcida? Certamente, não - nem tenho essa pretensão ao escrevê-la -, mas o desabafo e o mea culpa precisam ser feitos. Perdão, Patric!


Perdão por todas as vezes que o critiquei, pedi sua saída e questionei a escolha de Aguirre. Você, que é lateral-direito de origem, mas jamais se negou a colaborar, que não é um primor técnico, mas compensa na raça. Aprendi há algum tempo que a vontade pode equivaler à técnica. Jogo a jogo, venho percebendo que isso se aplica a você, que, mesmo criticado, deixou de ir para a Turquia e sempre fez o possível para colaborar. Como essa vontade fez falta nas últimas partidas.

Patric tem sido decisivo na Libertadores
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Sobre o último jogo, foi um sofrimento ver a falta de atitude do time em campo, especialmente na etapa inicial. Patric, sozinho, mudaria isso? Não. Mas correria e entrega certamente não faltariam. O ar rarefeito talvez não pesasse tanto para um jogador cuja força física foi motivo de elogios do treinador. Caso ele conseguisse inspirar os demais, talvez voltássemos de Sangolquí com o ponto da tranquilidade - e a classificação à próxima fase matematicamente assegurada.

Perdão, artilheiro atleticano

Verdade, tudo não passa de especulação e, no reino do verbo acreditar, o 'se' não entra em campo. Mas uma coisa é certa: o espírito de Patric tem feito falta. Que você, caro lateral-direito, ponta, o que quer que seja, se recupere rápido. Volte logo. Afinal, você é um dos artilheiros do Galo - e, somadas as duas assistências, participou de metade dos gols - na Copa Libertadores. Mais uma vez, perdoe-me! 

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

4 comentários:

  1. Parabéns , pela humildade,e perspicácia.

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  2. É MAIS FACIL TREINAR UM JOGADOR COM HABILIDADE PARA MARCAR DO QUE TREINAR TECNICA EM UM JOGADOR SEM HABILIDADE... NAO É APOSTANDO NO PATRIC E DEIXANDO O ROBINHO NO BANCO QUE VAMOS TER MAIS QUALIDADE NO FUTEBOL DO GALO. E OUTRA COISA, MOTIVACAO DEVE SER FUNCAO DO TECNICO AGUIRRE, QUE AINDA NAO PROVOU QUE É UM BOM TECNICO.... QUERIA VER ROBINHO, KAZARES, PRATO E LUAN MOTIVADOS!

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  3. Ricardo, concordo com você. Acho, porém, um absurdo o Atlético novamente entrar em competições do nível que entrou, sem as "famosas peças de reposição". Faltam atacantes (demoraram demais na contratação do Claiton) e o Prato não tem reserva. Além disso, saíram o Thiago Ribeiro e o Henrique. Dodô e He Man foram emprestados. Podemos pensar que nenhum desses resolveria o problema, mas pelo menos seriam alternativas melhores que montar um banco sem nenhum atacante em uma libertadores. Isso sem falar na lateral esquerda, que continua sem reserva. A imprensa diz que temos o melhor elenco do Brasil e é possível que seja verdade, mas se for, ainda é pouco, muito pouco. Tão pouco como tem sido nos últimos anos, nos quais o Galo tem perdido títulos exatamente pela falta de qualidade do banco. Isso sem falar que a base não revela praticamente ninguém!
    Aí acontece isso mesmo que você falou: sem ameaça de perder a posição, jogando quanto ou quando quere, cuidando-se ou não se cuidando fora de campo, os titulares oscilam, jogando alguns períodos como um ótimo time e em outros como um time de terceira divisão. Nesse cenário, surge o Patrickão, desajeitado, mas com raça, que muitas vezes tem faltado nos outros e que ao menos deveria substituir-lhe o futebol ruim e do jeito que foi o Jogo contra o Del Valle, o time teria que ter sido Patric mais dez!

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  4. Muito interessante todos os comentários, e realmente esta oscilação que o time apresenta nos coloca uma interrogação quanto à sua capacidade - que certamente vai se classificar em primeiro do seu grupo - nos momentos difíceis que virão à partir da próxima fase. E vou confessar a vocês, amigos atleticanos, coloco em xeque a capacidade do treinador, que tem uma imensa responsabilidade na motivação dos jogadores, no esquema tático adequado para cada jogo, nas mudanças adequadas para tais partidas. Não poderíamos ter perdido o jogo contra as marias, e muito menos contra o time equatoriano. Não podíamos porque temos um elenco com uma capacidade técnica muito acima dos dois adversários. Não digo isto com base sentimental, mas com um pensamento crítico do que está ficando evidente nos jogos importantes que tínhamos que mostrar mais vontade e organização em campo. Me parece que o Aguirre não consegue, definitivamente, extrair o melhor do jogadores. É ver para crer, meus amigos.

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