Monta, desmonta: futebol inacabado

Vinícius Dias

Fred tabela com Robinho, que encontra Leandro Donizete. Gol atleticano, primeira vitória longe de BH e, ainda, diante do líder Palmeiras. Jogo com contexto e protagonistas diferentes daqueles de agosto do ano passado, quando os times haviam duelado pela última vez: à época, 20ª rodada da Série A, 2 a 1 e confirmação da vice-liderança para o Atlético, Verdão fora do G4. Além da tabela, muita coisa mudou para ambos nesses 11 meses. Retrato do sempre inacabado futebol brasileiro.


Comparando as escalações dos dois jogos, apenas seis nomes repetidos. Menos que o número de titulares de agosto de 2015 que já deixaram os clubes: sete. E que o de titulares ontem que sequer estavam nos elencos no duelo anterior: 13. À época, o Palmeiras tinha Marcelo Oliveira e Dudu, Barrios chegando. Por ora, é o time de Cuca e de Gabriel Jesus, que pode sair. O Atlético era o time de Levir e Pratto. Agora, Marcelo Oliveira busca unir Robinho, Fred e Pratto em um time.

Técnicos orientam equipes durante o jogo
(Créditos: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)

No sétimo mês da temporada, há times sendo montados, desmontados e remontados no Brasil. A janela de compras internacionais se fechou, mas nossos principais talentos seguem na mira dos europeus, com chance de vendas até o fim de agosto. O dirigente que critica o calendário ao perder um destaque por lesão segue almejando mais partidas, por mais receitas, afirmação política, seja lá o que for, e exigindo que os técnicos produzam times em meio ao vaivém de peças.

Em 11 meses, muita coisa mudou para Atlético e Palmeiras.
No ritmo do monta e desmonta do nosso inacabado futebol.

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