Após conquistar torcida com estilo
aguerrido, volante rechaça
fama de violento: 'não tenho maldade,
faço meu trabalho', diz
Vinícius Dias
Uma
oferta do Cruzeiro, em janeiro, fez com que Willians colocasse um ponto final
na história com a camisa do Inter, trocando Porto Alegre por Belo Horizonte.
"Tenho certeza de que foi a decisão mais correta para o momento e não me
arrependo", fala. Na chegada à Toca da Raposa II, o volante prometeu não
'dar arrego para ninguém'. Promessa cumprida. Em menos de seis meses com a
camisa celeste, Willians caiu nas graças do torcedor. "O jogador que é
'cão de guarda' da defesa acaba tendo um carinho da torcida pela
dedicação", justifica.
Volante se destaca por estilo aguerrido (Créditos: Washington Alves/Light Press) |
Na
equipe mineira, o volante nascido em Praia Grande, no litoral paulista, superou
um velho estereótipo: o dos passes errados. "Recebo da minha assessoria de
imprensa o scout de todos os jogos e uso para entender onde posso
melhorar", conta Willians, que tem índice de acerto superior a 90% na
Raposa. Depois de um primeiro semestre sem títulos, o meio- campista demonstra
confiança na retomada sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. "Sabe gerir
bem o grupo, todo mundo gosta dele e vamos juntos lutar pelo Cruzeiro",
finaliza.
Você terminou a temporada passada
como titular no Internacional, condição mantida neste ano na estreia do técnico
Diego Aguirre. O que pesou para que você aceitasse a oferta do Cruzeiro e
trocasse Porto Alegre por Belo Horizonte?
Uma
proposta do Cruzeiro nunca pode ser descartada. Fiquei muito feliz quando
entraram em contato, meus empresários negociaram e acabei fechando contrato. Um
clube de tanta tradição, com um histórico de conquistas, sempre pesa na decisão
do jogador. Tenho um carinho enorme pelo Internacional e sua torcida, mas achei
melhor tomar esse caminho. Tenho certeza de que foi a decisão mais correta para
o momento e não me arrependo.
No ano passado, você foi tachado como
jogador mais violento do Brasileirão. Outra crítica frequente está ligada aos
passes errados. Mas, em seis meses de Cruzeiro, você foi expulso uma única vez
e tem índice de acerto de passes superior a 90%. De alguma forma, esse
estereótipo te incomoda?
Procuro
ter muita calma ao ouvir reclamações e elogios. O mais importante é o trabalho
dentro do clube, o que o treinador passa para o jogador. Sou um jogador de
marcação, que sempre está buscando recuperar a bola. O contato físico se torna
mais comum. Por isso podem achar que sou violento. Pode ter certeza que não
tenho maldade nas divididas, faço o meu trabalho apenas. E sobre os passes
também procuro evoluir a cada jogo. Recebo da minha assessoria de imprensa o
scout de todos os jogos e uso para entender onde posso melhorar. E a expulsão
não foi comigo em campo.
Nas duas últimas temporadas, uma das
marcas do Cruzeiro foi o aproveitamento de pratas da casa. E, justamente por
isso, aos 29 anos, você é um dos atletas mais experientes desse grupo. Você se
vê, naturalmente, na condição de líder? Como é seu diálogo com os mais jovens?
Eu
cheguei esse ano, o grupo tem jogadores com história aqui dentro. É importante
respeitar a figura de caras como o Fábio, por exemplo. Ajudo da minha forma,
não quero ser visto como líder. Isso você deixa para as outras pessoas falarem.
Faço meu trabalho e dou atenção aos mais jovens. Quem chega da base sempre
precisa de uma atenção especial para ajudar o grupo lá na frente.
Após a ótima sequência inicial sob o
comando de Luxemburgo, o discurso foi de novo ânimo e motivação. Você chegou à
Toca da Raposa dois meses depois de o Cruzeiro ter se sagrado bicampeão
nacional. Naquele momento, encontrou um grupo, de certa forma, acomodado?
O
grupo nunca esteve acomodado. Quem vence, sempre quer vencer mais, porque sabe
o prazer da conquista. Nossas peças estão se encaixando e vamos lutar por
grandes coisas esse ano. São diversos jogadores que não estiveram nos últimos
dois anos, mas que têm a mesma vontade de buscar títulos. Perdeu ou ganhar faz
parte do jogo. O que não dá é justamente aceitar a derrota de forma passiva.
Ao lado de Marquinhos, Douglas Grolli
e Júlio Baptista, você é um dos jogadores do elenco celeste que já trabalharam
com Vanderlei Luxemburgo. Na sua avaliação, o fato de já conhecer a filosofia
do técnico facilita esse processo de transição? O que você tem a dizer sobre o
convívio com ele?
Professor
Luxembugo (Willians trabalhou com Vanderlei, no Flamengo, entre outubro de 2010
e maio de 2012) tem uma enorme história no futebol, sabe bem como lidar com
momentos de transição. Ele sabe que pode contar comigo para o que precisar. Ele
sabe gerir bem o grupo, todo mundo gosta dele e vamos juntos lutar pelo
Cruzeiro.
O Cruzeiro foi eliminado do estadual
e da Libertadores dentro do Mineirão, após bons resultados fora de casa. Em 16
partidas como visitante, a equipe soma dez vitórias neste ano. Como mandante,
foram somente cinco em 14 jogos. A presença do torcedor tem se transformado em
peso extra para o elenco?
É uma
coincidência infeliz para nós, porque preferimos sempre atuar junto ao nosso
torcedor. No último clássico, por exemplo, ouvir o grito da torcida no
Independência, mesmo estando em menor número, foi um gás extra aos jogadores.
Vamos lutar para seguir com bons resultados fora de casa e com certeza para
melhorar nos jogos dentro do Mineirão. Tenho convicção que logo isso será
alterado e voltaremos a ter números altos dentro de casa.
Marcelo Oliveira foi bicampeão
brasileiro no Cruzeiro, mas conviveu com o baixo aproveitamento em clássicos -
apenas três vitórias em 15 jogos. Na semana da reestreia de Luxemburgo, o time
venceu o Atlético, no Horto, e encerrou um longo jejum. Para você, que já
participou de clássicos em três estados, qual o real peso deles na avaliação de
um trabalho?
Não
dá para negar que o clássico tem um peso dentro de cada clube. É uma questão de
orgulho da torcida e de quem trabalha no clube. Pesa bastante também para a
imprensa. Por outro lado, o fundamental é pensar em uma competição do início ao
fim.
Em sua apresentação no Cruzeiro, você
utilizou a expressão "não dou arrego". E, nos tempos de Flamengo,
chegou a comparar seus desarmes a gols. Esse seu estilo, de muita aplicação,
rapidamente conquistou o torcedor. Como tem sido, no dia a dia, esse contato
com os cruzeirenses?
Como
falei antes, minha principal função é a marcação. Claro que é importante ter
bom passe para sair jogando bem. Tem que ter visão de jogo e posicionamento
também. O jogador que é 'cão de guarda' da defesa acaba tendo um carinho da
torcida pela dedicação nos jogos. É isso que tenho percebido aqui em Belo
Horizonte e nas minhas redes sociais. Recebo mensagens o dia inteiro. Eu entro
em campo para ganhar sempre e com pensamento de me entregar até o fim. Sem medo
de errar. O que não pode acontecer é errar e não correr atrás para acertar. Sou
assim e não vou mudar.
torço muito p ele continuar dando certo, teve a briga com Manoel no clássico, espero q eles se entendam, pq hj ele é um jogador essencial p grupo. lucas silva e henrique eram uma boa dupla de volantes, mas basta pegar os numeros do ano passado, cruzeiro desse ano é bem menos vazado e credito isso muito a willians e seus desarmes, cruzeiro ta mais marcador esse ano, é raro levar mais de dois gols. " só me lembro do river" ano passado só q me recordo teve o jogo contra o ABC q levou gols demais, 3 a zero p flamengo e 3 a 3 do santos.
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