Vinícius Dias
Após
seis temporadas no futebol japonês, Levir Culpi retornou ao Brasil trazendo na
bagagem uma boa dose de sinceridade. Em abril de 2014, o período sabático
pós-despedida do Cerezo Osaka foi interrompido por um telefonema de Kalil. De
volta ao Atlético, Levir não hesitou em criticar o "nariz empinado" de atletas e dirigentes após o título da Libertadores, em
abrir mão de Ronaldinho - para ele, craque de mais e atleta de menos - e em pôr
fim à rotina de concentrações.
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Nas
mãos do treinador, o time letárgico de Paulo Autuori deu lugar a um 4-2-3-1, ora 4-1-4-1, consagrado pela intensidade. Em quatro meses, o alvinegro foi campeão da Recopa Sul-Americana e da Copa do Brasil, com Dátolo - com 15
assistências em 36 jogos sob o comando de Levir - e Tardelli - com 13 gols em
33 jogos, contra dois em 17 na era Autuori, quando atuava como ponteiro - como
protagonistas. A sinceridade virou trunfo na voz dos atleticanos.
Levir: em 14 meses, três conquistas (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Neste
ano, o discurso mudou. Não o do técnico, que, por exemplo, segue descartando a
necessidade de reforços. Mas, sim, o dos torcedores. Que, inflamados pelo fim
da invencibilidade diante do Cruzeiro - em sete duelos anteriores, com Levir, o
time havia vencido cinco e empatado dois -, pelo início irregular no Campeonato
Brasileiro e pelo comentário sobre atrasos salariais, agora veem na antes
aclamada sinceridade do comandante uma arma contra o clube.
Desde
abril de 2014, muita coisa mudou na Cidade do Galo.
Exceto
a postura de Levir Culpi, um raro sincero no futebol.
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