Vinícius Dias
Nove vitórias em nove jogos, com 25 gols marcados e apenas dois
sofridos. A quatro rodadas do fim das Eliminatórias, a seleção brasileira já
garantiu vaga na Copa do Mundo de 2018 e vive excelente fase. Conceitos
modernos, Neymar aliando o talento individual ao cada vez mais sólido jogo
coletivo e os raros contestados respondendo em campo - Paulinho foi o destaque
na vitória sobre o Uruguai, por exemplo. Comemoração à parte, o momento da
seleção e o sucesso do trabalho iniciado há menos de sete meses dizem pouco
sobre a realidade do futebol brasileiro.
Por
méritos próprios, os 23 convocados por Tite retomaram a rotina de trabalho em
clubes da elite internacional e nacional horas depois da vitória diante do
Paraguai, na Arena Corinthians. Por demérito da cartolagem, milhares ficarão
desempregados em duas ou três semanas com o fim do calendário para centenas de
equipes que sequer disputaram 20 jogos no ano. No berço de Marta, maior
vencedora do prêmio de melhor do mundo da Fifa, o futebol feminino convive com ainda menos e, em geral, caminha à margem do profissionalismo.
Nove vitórias com Tite: Brasil na Copa (Créditos: Lucas Figueiredo/CBF/Divulgação) |
Se
antes o ouro olímpico era o grande título que faltava, o campeão e eleito
melhor técnico de esportes coletivos em 2016 no Prêmio Brasil Olímpico, Rogério
Micale, foi demitido depois de apenas seis meses. Mais uma decisão de quem
optou por contratar Dunga em 2014, quando Tite já era a melhor opção, e demitir
em 2016 sem nem mesmo de explicar a primeira passagem. Tudo isso no país em que
o discurso de união entre os clubes termina no primeiro clássico, federações
faturam mais do que grande parte de seus filiados e representam uma minoria
cada vez menor.
Com
Tite, a seleção deu certo e chegou à Copa em sete meses.
Porém,
no dia a dia, o futebol brasileiro continua dando errado.
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